As autoridades angolanas continuam a reforçar medidas de prevenção do Ébola junto à fronteira da provincia de Malanje com a República Democrática do Congo, mas há receios que a movimentação de pessoas não esteja a ser efectivamente controlada.
O ex secretário-executivo da CASA-CE na localidade, Saldanha Zungue Pinto, disse existirem vários "caminhos fiotes" não controlados pelas autoridades e frequentemente utilizado por emigrantes ilegais para atingirem o território angolano.
"Aqui temos problema maior, tem os postos que estão reconhecidos pelo Estado aqui no Massango que são o Quibaba, Zenga, Kikuto e Ngola Paz, mas de facto `esses caminhos fiotes´ também não faltam", alertou Zungue que diz serem necessários mais efectivos para controlar a fronteira.
O antigo secretário-executivo municipal da CASA-CE afirmou "que cada posto policial encontra-se um número muito reduzido e os `caminhos fiotes´ são vários".
O chefe das operações da unidade policial, terceiro subchefe Bernardo André, considerou haver fraco movimento migratório.
" A movimentação operacional na fronteira é mesma aquela, pouca, aqueles que vêm nas margens são registados, são controlados, todos param por aqui, são estudantes, e as doenças tudo passa por aqui urgente", garantiu.
O primeiro kit de biossegurança foi entregue pelo vice-governador de Malanje para o sector político, social e económico, Domingos Manuel Eduardo, no fim-de-semana, a à equipa de prevenção no posto fronteiriço de Ngola Paz de efectivos da 5ª Unidade da Polícia de Guarda Fronteira de Angola (UPGFA), estacionados na comuna de Quinguengue.
A chefe de departamento de Saúde Pública do Gabinete Provincial de Saúde da circunscrição, Yolanda Mote, referiu que no equipamento constam termómetros infra-vermelhos pré-estabelecidos pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças e a Organização Mundial da Saúde.
"Nós trouxemos aqui o equipamento que o CDC e a OMS recomendam para a gestão de casos de ébola e sobretudo para a triagem”, disse.
“Trouxemos os termómetros infra-vermelhos para ver se começamos a fazer a triagem da população que entra para o nosso país", confirmou.
Para além disso foi entregue outro equipamento “para utilizar quando nós tivermos os casos".
Na próxima quinta-feira, 15, a delegação multissectorial vai avaliar a prontidão da equipas criadas no município de Marimba que aguardam pelo apetrechamento com mais meios de biossegurança.
As autoridades angolanas em Malanje controlam os postos fronteiriços de Kikuto, Muheto, Tembo-A-Luma, Mangando, Kinguengue, Ngombe-Atumba e Ngola Paz nos municípios de Marimba e Massango numa extensão fluvial de 147 quilómetros.