O julgamento do antigo Presidente sul-africano, Jacob Zuma, inicia amanha no Tribunal Supremo de Durban. Zuma enfrenta 18 acusações de fraude, corrupção, lavagem de dinheiro e burla cometidos há 18 anos.
As 18 acusações contra Jacob Zuma estão relacionadas com 783 questionáveis pagamentos que terá recebido quando era Director do Desenvolvimento Económico e Turismo na província de Kwazulu-Natal no final da década de 1990.
Os pagamentos foram feitos no processo de procurment do programa multimilionário de compra de armamento então avaliado em 5 mil milhões de dólares norte-americanos para as forcas armadas da África do Sul.
O seu então conselheiro financeiro Shabir Schaik foi julgado e condenado a 15 anos de prisão em casos relacionados com o mesmo processo e Jacob Zuma foi destituído do cargo de vice-presidente do país por Thabo Mbeki quando emergiram acusações durante o julgamento de Schabir Sheik.
No entanto, a Autoridade Nacional da Procuradoria retirou as acusações do tribunal considerando ter havido interferência política para prejudicar as aspirações de Zuma de ser presidente da África do Sul.
A Aliança Democrática, maior partido da oposição, insistiu e ganhou em tribunal a retomada do processo contra Zuma. A nova liderança do ANC defende que o partido não vai apoiar membros e dirigentes corruptos nos tribunais.
Segundo o ANC, os seus membros são livres de apoiarem Jacob Zuma no tribunal a título particular sem regalia do partido no poder. Entretanto, os simpatizantes de Zuma mobilizam apoios na província de Kwazulu-Natal para o seu antigo líder.
O académico e analista independente Siptho Siepe, considera que o julgamento de Zuma é sinal de desprezo aos negros pela minoria branca ainda influente na África do Sul.
A equipa de defesa de Jacob Zuma preparou-se para bloquear o julgamento que deve começar nesta sexta-feira. Alguns analistas consideram que a batalha judicial poderá durar meses ou mesmo anos, mas depois poderão seguir outros casos judiciais relacionados com a influencia privada nos interesses do Estado pela família milionária Gupta, de origem indiana nos últimos anos do reinado de Jacob Zuma como presidente da África do Sul.