O ministro zimbabweano das finanças, Patrick Chinamasa, rejeitou nesta sexta-feira o pedido do presidente do Comité de Relações Internacionais do Senado americano para implementar mais reformas como condição para a concessão de novos empréstimos internacionais.
Na semana passada, o senador Bob Corker pediu aos representantes do Governo americano em instituições como o Banco Mundial (BM), Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) o bloqueio do novo financiamento para o Zimbabwe até que o país mostre progresso no respeito dos direitos humanos.
Corker fez o pedido em carta ao secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew.
O ministro Chinamasa diz que o senador Corker não tem ideia do que realmente acontece no Zimbabwe.
Para ele, “Corker precisa de aprender mais sobre as questões do Zimbabwe e não poderá ser influenciado pela informação distorcida que recebe sobre o país”.
“Seria muito útil o senador inteirar-se com os que trabalham com o Governo do Zimbabwe”, sugere Chinamasa.
No início desta semana, Chinamasa disse que iria interagir com o novo embaixador americano Harry Thomas Jr, logo que for acreditado, para que o Governo de Obama tenha uma melhor perspectiva do Zimbabwe.
Na carta, o senador Corker disse que para o Zimbabwe voltar a receber financiamento internacional, a lei impõe que o Presidente Mugabe se comprometa a restaurar o Estado de Direito e condições para um processo eleitoral justo.
Corker afirmou que o Zimbabwe tem uma dívida de 1,9 mil milhões de dólares americanos com o BM, FMI e BAD.
As três instituições deixaram de emprestar dinheiro ao país, que nos últimos meses fez pedidos de reprogramação do pagamento da dívida.
Entretanto, hoje o Presidente Robert Mugabe declarou estado de catástrofe em diversas zonas rurais atingidas pela severa seca, com 26 por cento da população a deparar-se com escassez de comida.
O Governo revelou numa declaração que a seca é, em parte, devida ao fenómeno climatérico El Niño.
A declaração informa que as indicações iniciais prevêem que dois milhões e 400 mil pessoas serão afectadas pela insegurança alimentar.