Links de Acesso

Zelenskyy adia viagem à Arábia Saudita


Visita do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky à Turquia
Visita do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky à Turquia

Turquia declara que a integridade territorial e a soberania da Ucrânia são indiscutíveis e a Dinamarca vai anunciar um plano de rearmamento “massivo” do seu exército

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta terça-feira, 18, que adiou a sua visita à Arábia Saudita, prevista para amanhã, até 10 de março, e acrescentou que não podem ser realizadas conversações nas costas da Ucrânia sobre a forma de pôr termo à guerra.

“Somos honestos e abertos, e não quero coincidências. É por isso que não vou à Arábia Saudita”, declarou Zelenskyy, numa conferência de imprensa na Turquia, onde se encontrou com o Presidente turco, Tayyip Erdogan.

O Presidente ucraniano acrescentou ter acordado com as autoridades sauditas o adiamento da viagem para “10 de março”.

A viagem era, segundo o Governo ucraniano, uma visita oficial “há muito planeada”.

Zelenskyy afirmou que, para garantir uma paz justa, os Estados Unidos, a Ucrânia e a Europa devem participar nas conversações sobre garantias de segurança para Kyiv.

“A Ucrânia e a Europa no sentido mais lato - que inclui a União Europeia, a Turquia e o Reino Unido - devem participar nas discussões e na elaboração das garantias de segurança necessárias com a América relativamente ao destino da nossa parte do mundo”, afirmou.

Por seu lado, o Presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que a integridade territorial e a soberania da Ucrânia são indiscutíveis aos olhos de Ancara e que a Turquia será “anfitrião ideal” para quaisquer possíveis negociações de paz envolvendo a Rússia.

Foto divulgada pela Presidência turca mostra o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, posa para uma foto com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante o seu encontro no palácio presidencial em Ancara, Turquia, terça-feira, 18 de fevereiro de 2025
Foto divulgada pela Presidência turca mostra o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, posa para uma foto com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante o seu encontro no palácio presidencial em Ancara, Turquia, terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Na conferência de imprensa em Ancara, após conversações com o Presidente ucraniano, Erdogan disse ainda que a recente iniciativa diplomática do Presidente norte-americano, Donald Trump, para pôr fim à guerra entre a Ucrânia e a Rússia está alinhada com a política turca desde o início do conflito, há três anos.

Trump “lançou uma iniciativa diplomática para acabar rapidamente com a guerra através de negociações, esta abordagem coincide com a política seguida pela Turquia nos últimos três anos”, sublinhou Erdogan.

O estadista turco recordou as anteriores iniciativas do seu Governo, membro da NATO, que convocou por duas vezes conversações entre Moscovo e Kyiv em 2022.

Entretanto, delegações dos Estados Unidos e da Rússia encontraram-se nesta terça-feira na Arábia Saudita, onde anunciaram que vão nomear equipas para negociar um caminho para acabar com a guerra na Ucrânia o mais rapidamente possível.

Dinamarca anuncia plano de rearmamento "maciço"

A Dinamarca vai anunciar na quarta-feira um plano de rearmamento “massivo” do seu exército, face à ameaça crescente da Rússia, anunciou nesta terça-feira a primeira-ministro do país escandinavo, sem, no entanto, anunciar o montante do programa.

“Temos de nos reforçar massivamente para proteger a Dinamarca. E temos de nos rearmar massivamente para evitar a guerra”, declarou Mette Frederiksen perante o Parlamento.

Não foram divulgados pormenores sobre o montante, mas de acordo com a emissora pública dinamarquesa DR, o Governo deverá anunciar a criação de um fundo de 50 mil milhões de coroas (7,4 mil milhões de dólares) para despesas adicionais com a defesa em 2025-2026.

Antes, o Governo pretendia duplicar a dimensão do fundo, mas não existe equipamento de defesa suficiente para adquirir uma quantidade maior, segundo a DR.

Os sistemas de defesa aérea fazem parte das necessidades do exército, que atualmente não dispõe de nenhum, acrescentou o canal.

Este rearmamento deve ser efectuado “rapidamente” face a “uma situação difícil para o nosso país, reino e continente”, insistiu a primeira-ministra dinamarquesa durante o seu discurso no Parlamento.

A Dinamarca está atualmente a atravessar “a situação mais perigosa da sua existência, pior do que durante a Guerra Fria”, declarou.

Após uma reunião de emergência dos chefes de governo europeus em Paris sobre a Ucrânia, Mette Frederiksen alertou que “a Rússia está, infelizmente, a ameaçar toda a Europa”.

A guerra na Ucrânia faz parte dos “sonhos imperiais da Rússia, de construir uma Rússia mais forte e maior, e penso que não vão parar na Ucrânia”, disse aos jornalistas.

“É por isso que estou muito preocupada com a ideia de um cessar-fogo rápido, porque pode dar ao Presidente Putin e à Rússia uma melhor oportunidade (...) para se mobilizarem novamente e atacarem a Ucrânia ou outro país da Europa”, acrescentou.

Se o fundo dinamarquês for, de facto, de 50 mil milhões de coroas, o esforço de defesa da Dinamarca, um dos principais apoiantes da Ucrânia, será de 3% do PIB.

Desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, o apoio militar dinamarquês à Ucrânia ascendeu a cerca de 7,6 mil milhões de dólares, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

c/ Reuters e AFP

Fórum

XS
SM
MD
LG