A associação dos operadores de pequenos negócios no bairro histórico de Soweto, nos arredores da cidade sul-africana de Joanesburgo, não quere estrangeiros operando negócios naquela zona e recorreu já à violência para marcar a sua posição.
Desde o início deste ano, os membros da associação estão em frenética campanha de ataques, pilhagem e ocupação de pequenos negócios de estrangeiros.
Na Segunda-feira, 16, os membros da associação abandonaram uma reunião promovida pelo governo com objectivo de encontrar solução de estabelecimento de boas relações com estrangeiros.
Um membro da direcção disse que os grandes negócios são bem-vindos ao Soweto, porque criam oportunidades de emprego para a comunidade e que os estrangeiros que apenas vão tirar dinheiro, sem empregar residentes locais, não serão bem-vindos.
"Nós acolhemos qualquer pessoa que trabalhe em associação com sul-africanos. Não acolhemos ninguém que vem tirar dinheiro para fora de Soweto. Os centros comerciais que você vê aqui criam empregos e por isso dissemos são bem vindos. Mas se alguém vem ao bairro sem criar emprego e leva dinheiro não será bem vindo" – palavras de Mphuthu Mphuthu, membro da direcção da associação de pequenos operadores de Soweto.
O governo sul-africano está embaraçado com a atitude dos associados do Soweto, porque acreditava que os ataques e pilhagens as lojas dos estrangeiros eram actos puramente criminosos, sem conotação com xenofobia. Há muitos estrangeiros cujos pequenos negócios não tem espaço nem condições para acomodar cidadãos locais, como e o caso de Aniceto Sambo e Henriques Massango, que produzem e vendem blocos para construção civil.
Hoje o governo e associados do Soweto voltam a mesa de dialogo. Há muito receio de que o impasse entre as duas partes podem degenerar em novos ataques, pilhagens e ocupação de pequenos negócios de estrangeiros.