A Procuradora-Geral adjunta da República de Moçambique, Amabélia Chuquela, diz que o órgão submeteu há algum tempo "ao Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos a proposta de um Plano Nacional de prevenção e Combate ao Tráfico de Pessoas".
Diversos eventos, incluindo debates e palestras em algumas instituições públicas e escolas moçambicanas, assinalaram nesta segunda-feira, 30, o Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas.
Entretato, alguns analistas dizem que a falta de vontade política faz com que o país não tenha ainda um plano de acção nacional contra o tráfico de seres humanos, fenómeno que tem vindo a aumentar, particularmente na zona sul do país.
Em 2009, comoveu a sociedade o caso de três raparigas moçambicanas traficadas e abusadas sexualmente num cativeiro na África do Sul, cujo processo de recuperação demorou bastante tempo porque as meninas ficaram profundamente traumatizadas.
O advogado de defesa das três vítimas, Inácio Mussanhane, foi quem denunciou o que ficou conhecido como "caso Diana", nome da cidadã moçambicana que traficou e manteve no cativeiro as raparigas, e diz não perceber porque é que até hoje, Moçambique não possui plano estratégico contra este crime.
Refira-se que a traficante, cujo julgamento ocorreu na África do Sul, foi condenada a prisão perpétua.
"Há, claramente, falta de vontade política para combater este crime, que assume contornos muito preocupantes," lamentou o também jurista Abílio da Cruz.