O combate contra a pandemia do coronavírus pode estar a dominar as atenções em todo o mundo, mas no dia-a-dia dos hospitais de Angola a principal causa de mortes continua a ser a malaria.
Uma situação agora agravado com a falta de sangue nas unidades hospitalares.
Os familiares são os principais dadores, que em muitos casos não satisfazem as necessidades dos pacientes que precisam de sangue para continuarem a viver.
Em Malanje, a resposta veio no final de semana da Brigada Jovens Solidários que mobilizou 50 dadores, dos quais estudantes e agentes da Polícia Nacional que deixaram 24 bolsas de sangue.
"Não estão apenas a morrer cidadãos no mundo por causa do covid18, mas na província de Malanje as nossas crianças estão a padecer, por causa da anemia severa e da malária", revelou a secretária provincial do grupo, Telma Pitra Grós.
"Com esta situação, se nós não doarmos sangue e eles não levarem este sangue vão acabar por morrer", continuou, lembrando que "nós tivemos nestas duas semanas muitas solicitações e houve algumas que nós não conseguimos acudir e acabou por morrer um número de crianças que nos chocou muito"..
O vice-governador para o sector político, social e económico, Domingos Manuel Eduardo, despiu-se das funções e doou um pouco do seu sangue "para cumprir com o nosso dever cívico, e é um dever humanitário doar o nosso sangue para aqueles que mais necessitam, particularmente as crianças, as gestantes e todos aqueles que têm necessidade de receber sangue para preservar as suas vidas".
Victória Bravo, 18 anos de idade, também se solidarizou e decidiu "doar sangue por solidariedade, eu gosto de ajudar as pessoas e eu me senti capacitada por isso é que estou aqui" para ajudar os doentes dos hospitais Regional e Materno-Infantil de Malanje.
Ochefe de secção de Hemoterapia do Hospital Regional de Malanje, António Cassenda Cândido, disse que as doações de sangue "vão reforçar e dar resposta à demanda dos nossos pacientes”.