O primeiro-ministro português afirmou no twitter que as relaçoes entre Lisboa e Luanda não serão abaladas pela Operação Fizz, em que o antigo vice-presidente de Angola Manuel Vicente é acusado de corrupção.
“Foi um encontro extremamente positivo, em que fizemos o ponto da situação das nossas boas relações, a vários níveis”, escreveu António Costa no final da reunião que manteve com o Presidente angolano em Davos, na Suíca, à margem do Fórum Económico Mundial que decorreu nesta quarta-feira, 23, naquela cidade.
Entretanto, Costa deixou claro que, apesar das boas relações, estão congeladas as visitas de altos dirigentes dos dois países.
“Não ignoramos que existe uma questão – e uma só questão – estritamente jurídica, que decorre da responsabilidade única das autoridades judiciárias”, sublinhou ainda António Costa, em referência ao processo que envolve o ex-vice-presidente angolano Manuel Vicente.
João Lourenço não fez qualquer afirmação depois do encontro.
Angola contente com separação do caso Manuel Vicente
Quem se pronunciou depois do encontro entre Costa e Lourenço foi o ministro das Relações Exteriores de Angola, que se congratulou com a separação do caso Manuel Vicente do processo que corre actualmente no Tribunal Criminal de Lisboa, e que envolve o antigo procurador da República Orlando Figueira, acusado de ter recebido dinheiro de Vicente para suspender invesigações sobre o então vice-presidente de Angola.
"Tomámos nota da evolução que o processo está a conhecer e reafirmámos a esperança de que haja a muito breve trecho um desfecho que corresponda à vontade dos dois governos, mas também dos povos angolano e português", afirmou Manual Domingos, reiterando que "Angola nunca interrompeu o diálogo com Portugal".
O chefe da diplomacia angolana garantiu que “todos desejamos que o problema venha a ser resolvido o mais breve possível, para que a harmonia que tem caracterizado as nossas relações possa ser retomada”.
Ele concluiu ainda que António Costa e João Lourenço trocaram algumas ideias “e não fugimos à questão que a todos incomoda".