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Visita papal pode favorecer a Frelimo, diz padre católico


Presidente Filipe Nyusi e Papa Francisco
Presidente Filipe Nyusi e Papa Francisco

O Papa Francisco chega a Maputo a 4 de Setembro para uma visita de três dias, em pleno período de campanha eleitoral, o que está a dividir opiniões no seio da igreja católica em Moçambique.

O padre José Luzia, de Nampula, diz que a visita papal foi negociada pela Comunidade de Santo Egidio sem anuência dos bispos locais.

"Qual é a pessoa sensata que não está de acordo que o grande beneficiário de uma visita papal numa circunstância destas é o partido no poder…isto parece-me evidente para toda gente e não há ninguém que conteste isto”, diz o padre.

Para ele, “o partido Frelimo fez muito bem para as suas conveniências, agiu atempadamente com a Comunidade Santo Egídio para que isto acontecesse".

"Quando o Presidente Nyusi visitou a Itália foi recebido com toda a pompa e circunstância na Comunidade de Santo Egídio, por isso é que digo que a Comunidade de Santo Egídio tem mais poder na Igreja Católica do que os nossos bispos da Igreja local", afirma o padre Luzia.

Porém, o padre Filipe Couto e o Sheik Saide Abibo discordam deste posicionamento, destacando a mensagem de paz e reconciliação que será difundida pelo Papa.

"Estou contente que o Papa Francisco venha a Moçambique, mas especialmente porque ele vem não só por causa da igreja católica, não só por causa dos padres, freiras, dos católicos ou dos cristãos, mas vem visitar toda gente. Papa Francisco vem visitar a todos que está em Moçambique e quer que nós possamos conviver em paz", diz Couto.

O sheik Abibo considerou que o "Papa vem visitar a todos moçambicanos, portanto é uma visita que ultrapassa a dimensão da própria Igreja Católica, daí o envolvimento de todos”.

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