O nacionalista e escritor angolano, Viriato da Cruz, foi distinguido na quarta-feira, 31, pela primeira vez, em Angola com o Prémio Nacional de Cultura e Artes 2018, na modalidade de literatura.
Viriato Francisco Clemente da Cruz foi membro-fundador e o primeiro secretário-geral do MPLA na década de 1960, mas a sua obra a favor da libertação de Angola nunca foi reconhecida, nem por Agostinho Neto nem por José Eduardo dos Santos, antigos presidentes do MPLA e do país.
O júri justificou a atribuição do galardão, a título póstumo, com o facto de que Viriato da Cruz é “um digno representante da cultura nacional, que exalta com profundidade a identidade e os valores da angolanidade e manifesta a esperança de se reviverem os hábitos e costumes locais num processo apaixonado para a valorização da cultural e da nação angolana”.
Poeta e escritor bastante referenciado pela intelectualidade angolana, Viriato da Cruz foi um dos principais criadores do Movimento dos Novos Intelectuais de Angola (1948) e da revista Mensagem (1951-1952).
Viriato da Cruz, que nasceu em Kikuvo, Porto Amboim em 1928, é também considerado um dos mais importantes impulsionadores de uma poesia regionalista angolana nas décadas de 1940 e 1950.
Ele morreu em 1973.
Outros premiados foram na modalidade de Jornalismo Cultural o programa televisivo da Huíla "Tudo e Mais", em cinema e audiovisuais foi distinguido, a título póstumo, o realizador Misael Almeida, na investigação em ciências humanas e sociais o historiador Fidel Raul Carmo Reis, no teatro o grupo Ngwizane txikane e na música Valdemar Bastos.