27 Dez 2010 – A cidade de Jos, na região central da Nigéria, vive hoje uma calma tensa, imposta pelas forças de segurança. As autoridades reforçaram a presença policial nas ruas, após os atentados numa região cristã, no dia de Natal.
O secretário geral da ONU Ban Ki-Moon, deplorou os atentados que, na quadra festiva, mataram quase quatro dezenas de pessoas, no nordeste e no centro do país.
As primeiras explosões resultaram em confrontos armados entre cristãos e muçulmanos, na cidade de Jos, durante o dia de domingo. A polícia interveio para pôr termo à violência.
O vice inspector-geral da policia nigeriana, Abubakar Audu, disse que meios dos estados vizinhos foram enviados para Jos e que a situação estabilizou. "Para já - disse - a situação está relativamente calma; querendo com isso dizer que controlamos a situação".
Jos é a capital de uma região volátil na Nigéria, o estado de Plateau, onde fazem fronteira o Norte, essencialmente muçulmano, e o Sul, principalmente cristão. Os confrontos entre grupos rivais, étnicos e religiosos, causaram centenas de mortes nos últimos anos.
O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, prometeu levar a contas com a justiça os responsáveis pelos atentados do Natal. As autoridades crêem que eles foram motivados por razões políticas e visam boicotar os preparativos para as eleições presidenciais de Abril.
O comissário para a informação de Plateau, Gregory Yenlong, diz que se mantém o clima de tensão provocado pelos atentados bombistas. "Isto é trabalho dos inimigos do estado; de pessoas que não desejam o nosso bem; de pessoas que estão a perder terreno político, disse Yenlong prosseguindo que vão ser adoptadas medidas drásticas", declarou
O governo estadual ordenou o reforço das medidas de segurança e a captura dos responsáveis pelos atentados.
O Presidente Jonathan está a tentar reunir apoios para as eleições primárias de Janeiro, que vão escolher o candidato presidencial do seu partido, o PDP. Analistas nigerianos dizem que a violência religiosa pode ser explorada politicamente pelos adversários do presidente.
A sua candidatura é controversa porque há um acordo tácito no partido para que os candidatos à presidência sejam alternadamente cristãos e muçulmanos. Jonahtan é cristão, mas chegou à chefia do estado apenas este ano, devido à morte do Presidente Umaru Yaradua, um muçulmano.
Os seus apoiantes dizem que um mandato tão curto, em substituição de um presidenta falecido não conta para a rotação. As opiniões dos seus adversários defendem obviamente o oposto e a questão permanece em aberto.