No dia em que a “raínha” das provas olímpicas entra na pista, o atletismo, Rio de Janeiro acorda com a notícia da morte do agente da Força Nacional, Hélio Andrade, baleado ao entrar, com mais dois colegas num carro, no complexo das favelas da Maré, uma das mais violentas do país.
Chama a atenção a afirmação das autoridades de que o carro dos agentes da mais poderosa força de autoridade do país entrou “por engano” na favela como se o Estado tem de pedir autorização para entrar em alguma parte do território nacional.
A Força Nacional enviou homens para a favela, mas ainda ontem à noite o carro de um cidadão foi baleado ao entrar na mesma favela, mas sem que o condutor tenha sido ferido.
I. A expectativa hoje é que uma atleta etíope leve a medalha de ouro nos 10 mil metros: Almaz Ayana, de 24 anos, e a melhor do mundo nos 5 mil metros tenta o seu primeiro ouro, enquanto Tirunesh Dibaba, de 31 anos e depois de um ano sabático para ter o seu primeiro filho, regressa e tenta ser a primeira mulher a conquistar três medalhas de ouro na categoria.
II.Quem já começa a perder a conta das medalhas é o “tubarão de Baltimore” que na quinta-feira, 11, conquistou a sua 26ª sétima, das quais 22 de ouro.
Michael Phelps, que afirmou ter sido difícil assimilar o que havia acabado de acontecer no Estádio Aquático Olímpico venceu pela quarta vez os 200 metros medley. E pode ainda ganhar mais duas.
III. A actualidade brasileira, no entanto, também tem outras estória, como as manifestações em São Paulo a pedir eleições presidenciais e a de um médico cubano que deixou o programa "Mais Médicos" e decidiu partir para os Estados Unidos.
Jesus Brito Vargas, que trabalhava em Pongaí, no interior de São Paulo, deixou uma carta de despedida aos colegas e pacientes explicando os seus motivos.
“Estou indo embora, pois eu não quero voltar para Cuba e como não consegui ficar no Brasil, decidi ir tentar a vida nos Estados Unidas”, escreveu Brito Vargas, cujo paradeiro se desconhece.
IV. Os produtos exclusivos do Rio-2016 não têm tido a saída que se esperava. Enquanto os estrangeiros não têm alternativas aos preços geralmente mais altos desses produtos, os brasileiros esperam a redução dos preços depois dos Jogos Olímpicos. As camisas oficiais custam 33 dólares, chapéus valem 20 dólares e por aí adiante. Nada comparados, por exemplo, com os preços oficiais dos mundiais de futebol, geralmente bem mais elevados. Mas já há aos camelos garantem “cópias originais”, como dizem.
O dia está feio, chuva e frio, nada condizente com o Rio de Janeiro, onde, mesmo no inverno, a água de côco gelada faz parte do cartão postal.
Nota final para um facto que parece começar a tomar forma: há muitas provas e competições em que o pública tem estado arredado. Por exemplo, aqui no Estádio Olímpico, onde me encontro, o número de espectadores não passa de 40 por cento da capacidade do conhecido Engenhão.