Algumas organizações da sociedade civil em Moçambique consideram que os últimos dias de campanha para as eleições autárquicas do próximo dia 10 foram marcados por sinais preocupantes de violência em alguns dos 53 municípios do país.
Para o Centro de Integridade Pública (CIP), os simpatizantes da Frelimo, da Renamo e do MDM foram aqueles que se envolveram em tumultos durante a campanha que terminou ontem.
Aquela organização de promoção da transparência e boa governação indica que na passada sexta-feira, 5, apoiantes da Renamo em Chimoio, capital da província central de Manica, atiraram pedras contra a máquina escavadora da empresa do cabeça de lista da Frelimo, João Ferreira.
Indica ainda que em Mandimba, na província nortenha do Niassa, igualmente na passada sexta-feira, apoiantes da Frelimo atiraram garrafas contendo bebidas alcoólicas contra membros da Renamo e do MDM.
Por seu turno, Dércio Alfazema, que representa um grupo de organizações da sociedade civil, diz que a campanha eleitoral foi marcada por sinais de violência, sobretudo nas províncias de Gaza, sul, e Tete e Zambézia, centro, que em alguns casos se traduziram na destruição de viaturas e de outros bens.
Alfazema recomenda às autoridades maior atenção para que a violência não afecte a votação na próxima quarta-feira.
Entretanto, o porta-voz da polícia moçambicana, Inácio Dina, reconhece ter havido sinais de violência durante a campanha eleitoral, "mas que não mancharam o processo".
Refira-se que 53 municípios vão a votos na quarta-feira, 10, para escolher os presidentes dos conselhos autárquicos e membros das assembleias autárquicas, num processo em cujos boletins de voto constam 21 partidos, coligações ou grupos de cidadãos.
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