As vigílias em solidariedade aos 15 activistas detidos e, em especial a Luaty Beirão, em greve de fome há 24 dias, foram proibidas pela Polícia Nacionalde Angola.
Em reacção, o conhecido activista Adolfo Campos, detido ontem dentro da Igreja de São Domingos e abandonado a cerca de 40 quilómetros com mais dois companheiros, alertou o Presidente da República para as restrições à liberdade que a sociedade angola enfrente.
Campos diz que a liberdade de culto era a última que restava mas agora foi restringida o, que "é uma vergonha pra o Presidente da República”.
O porta-voz da Policia Nacional em Luanda, Mateus Rodrigues, nega, no entanto, que a corporação tenha invadido a igreja, e revela a abertura de um processo para investigar o que terá passado na Igreja de São Domingos, em Luanda.
“Já nos pronunciamos sobre o assunto e devemos reafirmar que essa não é a prática da Policia Nacional, por isso a mando do comandante provincial foi aberto um processo para averiguar o que terá passado, mas para mais informações podem contatar a direcção da própria igreja”, disse.
Já o politico Adalberto Costa Júnior, deputado da Unita e que esteve presente na última vigília vigilia realizada na Igreja Sagrada Familia, lamentou a atitude da polícia em usar a repressão como única forma de limitar os direitos constitucionais, mas reconheceu acção da polícia.
“Devemos reconhecer o comportamento do comandante aqui no local que manteve a tropa calma para que a juventude se retirar, e a maturidade cívica da população em geral e dos jovens", reiterou.
Por sua vez, o juiz presidente do Tribunal Provincial de Luanda, Domingos Musquita criticou o facto de se usar as redes sociais para pressionar os tribunais no sentido de libertarem os activistas, mas diz que a justiça não pode ceder a pressões externas.
“O tribunal não vai ceder a estas pressões e devem se lembrar que o juiz tem até quatro meses ainda para se pronunciar”, asseverou.
Entretanto, a VOA sabe que o activista Luaty Beirão teve hoje uma recaída e nos últmos dias só é transportado em cadeira de rodas.
Até ao momento, a Igreja Católica ainda não se pronunciou sobre a alegada invasão ontem da Igreja de São Domingos pela polícia para prender três activistas.