Depois de ter sido impedido de sair do país no passado dia 2 pelas forças da ordem, o presidente do PAIGC viajou nesta terça-feira, 6, para Portugal.
"Espero que as ordens superiores que impediram a minha saída na passada sexta-feira já tenham sido removidas. Não só a comunicação social, mas ao povo guineense, achei muito importante dizer que eu viajo enquanto homem livre. Não há nada que pende sobre mim", afirmou Domingos Simões Pereira aos jornalistas, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira momentos antes de viajar.
Ele acrescentou que "em nenhuma circunstância e em nenhuma condição eu irei negociar a minha condição de liberdade, vou enquanto um homem livre e espero regressar enquanto um homem livre para continuar a batalhar para que todo o guineense tenha o direito e a oportunidade de defender aquilo no qual acredita".
Simões Pereira não escusou a oportunidade para dizer que continua a acreditar que as decisões judiciais têm sido instrumentalizadas.
"É muito triste quando há gente que pensa que a demonstração de força é ser capaz de condicionar o sector judicial, chamar a si competências que são de outros órgãos. Isso não me envolve a mim. Eu enquanto cidadão, enquanto político e enquanto actor desta sociedade vou continuar a defender aquilo que são os princípios da liberdade e dos direitos fundamentais dos cidadãos", sublinhou o antigo primeiro-ministro que refutou que sua viagem tenha a ver com saúde.
"Não houve nenhuma evocação de questões de saúde para a minha viagem, concluiu.
Domingos Simões Pereira foi impedido de deixar o país em três ocasiões, nas duas primeiras devido a ordens da Procuradoria-Geral da República (PGR), enquanto na tentativa mais recente, 2 de Setembro, não havia qualquer impedimento.
A PGR tem estado a investigar alegados casos de corrupção praticados durante o Governo do PAIGC e pediu, em várias ocasiões, o levantamento da imunidade parlamentar de Simões Pereira, o que o Parlamento tem sempre negado.
Na semana passada a VOA contactou a PGR que se recusou a comentar o assunto.