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Versões desencontradas sobre saída da empresa russa Alrosa da angolana Catoca


Instalações da empresa mineira Catoca, em Talatona, Luanda, Angola.
Instalações da empresa mineira Catoca, em Talatona, Luanda, Angola.

Em causa, eventuais consequências das sanções impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia.

A gigante russa de diamantes Alrosa quer alienar as suas participações na Sociedade Mineira de Catoca, de acordo com informações do African Inteligence, retomadas por canais de informação russos.

Aquelas fontes apontam essa eventual saída ao efeito dissuasor das sanções internacionais impostas aos diamantes russos.

Em Angola, as informações são desencontradas.

Versões desencontradas sobre saída da empresa russa Alrosa da angolana Catoca
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A informação da African Inteligence que cita uma fonte não idenficada da Empresa de Diamantes de Angola (Endiama) diz que a companhia russa e a estatal angolana estão em negociações, sem, no entanto, até agora terem conseguido um acordo.

Entretanto, em Luanda, uma fonte bem informada que não quis ser identificada disse à Voz da América que não há nenhuma negociação entre a Alrosa e a Endiama, informação corroborada por outra fonte da empresa Catoca, que também pediu o anonimato.

O especialista em produção de diamantes José Papá também diz não acreditar na saída da gigante russa no negócio dos diamantes e justifica.

"Eu não acredito na saída dos russos da Catoca porque são eles praticamente que asseguram a empresa, só eles dominam a técnica do Kimberlito, eu não creio que eles saiam do negócio", afirma José Papá.

Outra versão tem o soba Kapembe, da Lunda Sul, que diz ter a certeza de que os russos da Alrosa estão à beira de abandonar Catoca.

"Eu tenho duas pessoas que trabalham na Catoca que informaram-me que há sim intenções da Alrosa vender as suas acções na Catoca devido às sanções que os diamantes russos têm sofrido por causa da guerra da Russia na Ucrânia", afirma Katembe.

Ele acrecenta que "os russos dizem encontrar muitos obstáculos mesmo nas transações, e estão a ser obrigados a vender os diamantes a preços muito baixos, por isso eles contataram o Governo angolano a fim de venderem a sua parte".

Quanto ao impacto de uma eventual saída da Alrosa da Catoca, o soba afirma que em nada afeta a populçação das Lundas.

"Não vejo qualquer tipo de impacto sobre as populações, tanto faz-se a Alrosa mantém-se ou sai, dá no mesmo, nós aqui perdemos a estrada 230 por causa da maquinaria que sai de Luanda para explorar diamantes aqui na
Lunda, as comunidades que vivem nos arredores destas minas são miseráveis, estando ou não a Alrosa no negocio é indiferente para as populações", conclui o soba Katembe.

Opinião semelhante tem especialista em diamantes das Lundas, Rufino Shinde.

"A Alrosa é de fato uma grande firma de diamantes, agora qual é o impacto que a sua presença tem trazido para as populações? Não há, então sair ou ficar vai dar no mesmo", sublinha Shinde.

A gigante russa detém uma participação na Catoca de 41 por cento, os mesmos da Endiama, enquanto a Leviev LLI, da China possui 18 por cento.

Desde maio do ano passado, os negócios russos têm sido alvo de sanções por parte do ocidente devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.

A Voz da América não conseguiu, até agora, qualquer comentário da Catoca ou da Endiama.

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