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Venezuela: CNE diz que Maduro venceu, oposição rejeita resultados


Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, Caracas, 28 julho 2024
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, Caracas, 28 julho 2024

Apenas goveernos amigos do Governo reconheceram os resultados

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, venceu as eleições para um terceiro mandato, revelou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nas primeiras horas desta segunda-feira, 29.

A oposição, apesar de ter vários dos seus líderes impedidos de particicipar, tinha manifestado confiança na vitória na eleição de ontem, e já rejeitou os resultados.

O CND disse que Maduro obteve 51% dos votos, contra 44% do candidato da oposição, Edmundo González.

Os resultados não incluíram contagens de votos de centros de votação individuais.

Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, (dir) e Edmundo Gonzalez Urrutia, candidato presidencial (esq), 29 julho 2024.
Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, (dir) e Edmundo Gonzalez Urrutia, candidato presidencial (esq), 29 julho 2024.

A líder da oposição, Maria Corina Machado, que foi impedida de concorrer como candidata presidencial pelo regime, rejeitou o resultado e afirmou González obteve 70% dos votos.

Enquanto Maduro celebrava a sua vitória, muitos governos nas Américas apelavam à transparência na contagem dos votos.

“Temos sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano”, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

Num comício para apoiantes hoje, Nicolás Maduro prometeu “paz e segurança”, rejeitou as críticas estrangeiras ao mesmo tempo que considerou a CNE, controlada por ele, como mais legítima do que os sistemas de outros países, entre eles os Estados Unidos.

Reações internacionais divergentes

O Presidente do Chile afirmou que os resultados das eleições são “difíceis de acreditar”.

Gabriel Boric disse no X que o povo venezuelano e a comunidade internacional exigem total transparência dos votos e do processo de contagem e que os observadores internacionais independentes verifiquem os resultados.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai fizeram um apelo semelhante numa declaração conjunta, em que afirmam que uma contagem transparente é a única forma de garantir que os resultados respeitam a vontade dos venezuelanos.

Na Europa, o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares Bueno, apelou à apresentação dos dados de todas as assembleias de voto e pediu às pessoas para manterem a calma e o civismo.

O responsável pela política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse que o acesso aos registos de votação das assembleias de voto é “vital” e que a vontade dos eleitores venezuelanos “deve ser respeitada”.

Entretanto, Maduro obteve o apoio de alguns aliados após o anúncio da sua vitória, incluindo o Presidente cubano Miguel Diaz-Canel, que disse ter falado com Maduro a quem felicitou por um “triunfo eleitoral histórico”.

A Presidente hondurenha, Xiomara Castro, felicitou Maduro e o povo venezuelano “pelo seu triunfo inquestionável, que reafirma a sua soberania”.

Por seu lado, o Presidente boliviano, Luis Arce, disse que o seu governo saudou “o facto de a vontade do povo venezuelano nas urnas ter sido respeitada”.

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