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Venezuela chama embaixador em Brasília depois de Governo brasileiro não reconhecer eleição de Maduro

Venezuela chama embaixador em Brasília depois de Governo brasileiro não reconhecer eleição de Maduro


Nicolás Maduro, Presidente da Venezuela (esq) e Lula da Silva, Presidente do Brasil (dir), Kingstown, 1 março 2024.
Nicolás Maduro, Presidente da Venezuela (esq) e Lula da Silva, Presidente do Brasil (dir), Kingstown, 1 março 2024.

Assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que Caracas não respeitou a transparência nas eleições

O Governo da Venezuela convocou na manhã desta quarta-feira, 30, o seu embaixador no Brasil para consultas, um dia depois de o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, ter dito numa audiência pública na Câmara dos Deputados que o Governo de Nicolás Maduro não havia respeitado o princípio da transparência nas eleições.

Depois de convocar o represantes em Brasília, Manuel Vadell, o Governo venezuelano convocou o encarregado de negócios brasileiro em Caracas, Breno Hermann para dar explicações.

Desde as eleições de julho, consideradas fraudulentas pela oposição e por observadores internacionais, que levaram a maioria dos países a não reconhecer a vitória de Maduro, aguardava-se um posicionamento do Governo brasileiro, que se recusava em reconhecer, mas também em condenar.

Na semana passada a crise diplomática agudizou-se depois de o Governo do Presidente Lula da Silva ter-se oposto à entrada da Venezuela no BRICS, o grupo de países emergentes liderados por Brasil, Rússia, Índica, China e África do Sul.

Na terça-feira, 29, numa audiência pública na Câmara dos Deputados, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, disse que a Venezuela não havia respeitado o princípio da transparência nas eleições.

"Houve uma quebra de confiança dentro do processo eleitoral, porque nós apostamos muito em determinada coisa, algo nos foi dito e não foi cumprido”, afirmou o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, reiterando que Caracas "não havia respeitado o princípio da transparência nas eleições".

Na audiência, um dos mais próximos de Lula da Silva reiterou que "o Brasil não reconhece a eleição do Presidente Nicolás Maduro, até que sejam apresentados os resultados desagregados".

Em nota, o Governo da Venezuela afirmou que Amorim se comporta "como mais um mensageiro do imperialismo norte-americano, dedicou-se de forma impertinente a emitir julgamentos de valor sobre processos que cabem apenas aos venezuelanos".

Do lado brasileiro, o Executivo optou pelo silêncio e por manter a embaixada em Caracas a funcionar normalmente.

O Ministério das Relaçõex Exteriores do Brasil anunciou que vai acompanhar de perto o processo envolvendo o resultado eleitoral, mas a “solução precisa ser construída pelos venezuelanos”.

Celso Amorim destacou na ocasião que o Brasil está “aberto” para contribuir se Governo e oposição venezuelanos estiverem dispostos.

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