O anúncio da abertura de lojas para a venda de armas de defesa pessoal, feito pelo segundo comandante geral da Polícia Nacional angolana está a ser visto, por analistas, com algum cepticismo devido ao momento que o país vive, caracterizado por altos níveis de corrupção, criminalidade violenta e crise económica.
O psicólogo,Sanda Wa Ma Kumbu diz não ser oportuna a ideia da venda de armas aos cidadãos porque as mesmas podem alimentar o mercado ilegal de artefactos de guerras no país.
Aquele académico lembra que os angolanos não têm a cultura de posse de armas de defesa pessoal devido ao passado de guerra que o país viveu.
Para o deputado da CASA-CE, Manuel Fernandes, o anúncio pode indiciar a incapacidade da policia angolana de conter a criminalidade no país.
Fernandes diz não fazer sentido estimular as pessoas a usar armas pessoais numa altura em que o país está a braços com o fenómeno de posse ilegal das mesmas.
O deputado garante que uma lei neste sentido, a ser enviada ao Parlamento, seria chumbada pela sua bancada parlamentar.
Restrições
O comissário Paulo de Almeida foi citado pelo Novo Jornal, em Luanda, como tendo dito que está para breve a aberturas de lojas de venda de armas “de pequeno calibre” para as pessoas necessitadas de ter artefactos de defesa individual.
Ele justificou a medida com o facto de haver muitos pedidos de cidadãos neste sentido, esclarecendo que todos os requerentes deverão ser devidamente credenciados pela corporação, depois de submetidos a testes de capacidade física e psíquica e provarem ser maiores de idade.
O comissário da polícia angolana insistiu em como as armas em causa são caçadeiras e “não devem ser usadas para matar ninguém, mas apenas para a defesa individual”, sendo que as lojas de venda deverão ser supervisionadas pela corporação e pelo serviço de segurança nacional.