Figuras influentes da Renamo, na oposição em Moçambique, entre os quais o atual edil da cidade de Vilankulo, Quinito Vilankulo, o ex-edil da cidade de Nacala Porto, Raul Novinte, entre outros, incluindo antigos guerrilheiros, estão em contacto com o antigo candidato presidencial, Venâncio Mondlane, para convencê-lo a regressar ao partido.
A ideia, segundo apurou a Voz da América, é que ele possa unir os partidos da oposição em vez de formar a sua própria formação política.
"Estamos a par disso, mas não sabemos se a Renamo estará em condições de aceitar as exigências de Venâncio Mondlane", disse Gabriel Buque, figura próxima do antigo candidato às eleições presidenciais de outubro do ano passado.
Venâncio Mondlane esteve em Vilankulo há dias, a convite do presidente do Conselho Municipal para participar nas celebrações do dia da cidade, e dirigiu um comício com membros da Renamo, que o aplaudiram durante a sua intervenção.
O discurso foi antecedido pela apresentação do edil de Vilankulo que enalteceu a capacidade de Venâncio Mondlane para liderar um partido como a Renamo.
O mesmo posicionamento foi assumido por Raul Novinte, num debate televisivo, afirmando que o regresso de Mondlane à Renamo seria muito importante para o partido, que atravessa um momento bastante difícil tendo criticado ainda a liderança de Ossufo Momade.
Ele referiu que Venâncio Mondlane devia regressar à Renamo para unir todos os partidos da oposição, em vez de criar o seu próprio partido porque o país tem cerca de 30 partidos políticos, que divididos não têm conseguido bons resultados no seu trabalho político-partidário.
Novinte avançou serem muitos os membros da Renamo, incluindo antigos candidatos à sucessão de Ossufo Momade, bem como ex-guerrilheiros, que veem com bons olhos o regresso de Venâncio Mondlane ao partido, realçando estar em contacto com ele nesse sentido.
Entretanto, Gabriel Buque, figura próxima de Venâncio Mondlane, afirmou estar a corrente dessas movimentações, sublinhando que o regresso se calhar nem seria problema, a questão é saber se a Renamo estará em condições de aceitar as exigências que Mondlane poderá fazer tendo em conta o seu capital político.
Contudo, o analista político Dias da Cunha diz que algumas abordagens feitas sobre a Renamo são irreais porque não se pode dizer que o partido acabou ou que Ossufo Momade não tem qualquer legitimidade para dirigir aquela formação política.
Para o analista político Fernando Lima, um eventual regresso de Venâncio Mondlane seria bom para ele e para a própria Renamo, "porque assim não teria de gastar energias a criar um novo partido".
No entanto, Lima realça que em termos práticos e como existiram muitos problemas num passado recente entre as duas entidades, duvida "que Venâncio Mondlane esteja disposto a um novo casamento com a mesma esposa depois do divórcio tempestuoso entre as duas partes".
Há quem associe o facto de Venâncio Mondlane não ter avançado ainda na criação do seu próprio partido, conforme havia anunciado, às conversações que tem mantido com figuras da Renamo, e Gabriel Buque diz que até pode ser, mas recorda que em Moçambique é muito difícil legalizar um partido.
Ao nível da direção da Renamo, André Magibir, membro do Conselho Nacional da Renamo. afirma que "apenas os órgãos do partido é que podem decidir sobre esta questão".
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