Os sindicalistas do sector da educação na província angolana do Uíge manifestam-se preocupados com o elevado número de alunos que estudam debaixo das árvores e de professores que trabalham em condições precárias.
O secretário provincial do Sindicato dos Professores (SINPROF),Amândio Vieira Dias, disse à Voz da América que mais de 45 mil estudantes são obrigados a estudar debaixo de árvores e que a situação tende a agravar-se.
Outros estudam “em escombros ou casas abandonadas”
Vieira Dias fez também notar a falta de de material básico para os professores como quadros.
“Há escolas aqui na cidade do Uíge que costumam emprestar quadros, umas às outras, quando um professor está a trabalhar o outro fica parado, porque o quadro está noutra sala, depois de terminar vai buscar o quadro para trabalhar”, contou, acrescentando que “esse tipo de situações que são mínimas não deveríamos estar a verificar mais”.
Por seu turno, o secretário provincial do Sindicato dos Professores e Trabalhadores do Ensino não Universitário (SINPTENU), Raul António, acusa o Governo provincial de não inserir nos projectos do PIIM, a construção de escolas primárias na província.
“Temos aí o projecto PIIM, gerido pelas administrações, pelo que parece é que também está lá enquadrada a construção de escolas e reabilitação de mais salas de aulas, mas o que nós constatamos é que o Governo da província do Uíge, ainda não conseguiu construir escolas do primeiro ciclo, pelo número excessivo de alunos que estudam ao relento”, disse o sindicalista .
Raul António relembrou que na última visita efectuada no ano passado, “fomos informados que da verba que é gerida pela delegação provincial da educação é daí onde está se fazer esforço na ampliação de algumas salas de aulas para mitigar a situação dos alunos que estudam ao relento, apesar de não nos deram detalhes sobre como é cabimentada a mesma verba”.
Entretanto, Samuel André, e Benvindo João, pais e encarregados de educação de filhos que estudam debaixo das árvores, na escola da UP, no bairro Papelão, arredores da cidade do Uíge, clamam pela intervenção do Governo na resolução do problema.
A Voz da América contactou o Gabinete Provincial da Educação que se recusou a prestar declarações por alegada falta de orientação superior,
No Gabinete de Planeamento do Governo provincial fomos informados pelo director, Alexandrino Afonso, numa conversa não gravada, de que não existe nenhum plano para a construção de mais escolas e salas de aulas.
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