Informações em Luanda indicam que a Comissão Nacional Eleitoral está apenas a aguardar o sinal verde da Assembleia Nacional para que seja instituído o voto com urnas eletrónicas.
Para que esse sistema possa ser aplicado, o jurista Horácio Junjuville diz haver necessidade de se alterar algumas normas.
"Desde logo, a forma de exercer o próprio voto, a arrumação das assembleias de voto iria ser alterada, na urna eletrónica o processamento é automático, no fim da votação já se sabe o resultado sem todo aquele aparato atual de contagem, há um conjunto de procedimentos que serão alterados", aponta Junjuville.
Posição diferente tem outro jurista Albano Pedro, quem acredita que voto é voto, seja por boletim seja eletrónico.
"O voto eletrónico em si não me parece que obrigue a alteração de normas porque o voto electrónico não deixa de ser voto, não deixa de ser uma forma de exprimir a liberdade eleitoral do cidadão, agora o impacto que tem e muito grande na chamada verdade eleitoral, com o voto eleitoral reduz-se significativamente a tendência da fraude eleitoral".
Por seu lado, o jurista e professor da Universidade de Oxford, Rui Verde diz haver duas vantagens com o voto eletrónico: "Mais rapidez na divulgação dos resultados e um fácil controlo da votação desde que haja um sistema de auditoria informática externa".
No entanto, Rui Verde diz ter dúvidas quanto à sua eventual utilização em 2027: "Não consigo acreditar que fosse viável por exemplo, em zonas mais recônditas não sei como isso seria aplicado".
Quem também duvida que seja possível o uso da urna eletrónica nas próximas eleições é o investigador do Instituto de Democracia e Desenvolvimento, Aleixo Sobrinho.
"Como é que estas pessoas querem fazer algo que de antemão sabem que não existe condições, para se fazer manutenção, etc., estamos a ver com o Censo deste ano como as coisas estão, não há como aplicar este mecanismo em Angola, eu não acredito nisso", afirma Sobrinho.
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