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Unita responsabiliza Presidente da República e governadora de Luanda pela "crise do lixo"


Liberty Chiyaka, líder parlamentar da UNITA
Liberty Chiyaka, líder parlamentar da UNITA

Líder parlamentar do partido diz que Joana Lina não tem moral para mudar a situação

O grupo parlamentar da UNITA diz estar preocupado com a situação catastrófica do lixo na província de Luanda e lembra que a falta de saneamento básico provoca nas comunidades insegurança sanitária, doenças e contaminação das águas das chuvas, dos rios e do mar, fontes de alimentação dos seus habitantes.

Esta preocupação foi apresentada em conferência de imprensa, nesta quinta-feira, 15, em Luanda, pelo presidente do grupo parlamentar do principal partido da oposição, Liberty Chiyaka, para quem “a capital se tornou nos últimos meses a cidade da imundície, por falência abrupta do sistema de recolha e tratamento dos resíduos sólidos”.

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Embora não seja a primeira vez que isto acontece, a novidade reside no volume de lixo abandonado nas ruas da cidade e na manifesta impotência das autoridades provinciais em superar a grave crise do lixo, de acordo com Chiyaka.

“A situação assumiu proporções tão alarmantes, constituindo um sério atentado à saúde pública digno de uma declaração de situação de calamidade pública”, afirmou o líder parlamentar, quem afirmou estar muito preocupado “com a situação catastrófica do lixo na província de Luanda, pois a falta de saneamento básico nesta dimensão provoca nas comunidades insegurança sanitária, doenças relacionadas à falta de limpeza pública, doenças relacionadas com os amontoados de lixo em contacto com as águas das chuvas, dos rios e do mar, que são fonte de alimentação dos citadinos de Luanda, que consomem o peixe dos rios e do mar contaminados com o lixo arrastado pelas chuvas”.

A Unita responsabiliza o Presidente da República e a governadora de Luanda pela situação.

“A presente crise do lixo é responsabilidade directa do Presidente da República e da sua auxiliar, a governadora de Luanda, Joana Lina, que rompeu o contrato com as operadoras de recolha e tratamento de resíduos sólidos, antes mesmo que tivesse um plano de contingência”, acusou Liberty Chiyaka, acrescentando que “por mais razões que tivesse a governadora para cessação de contrato com as operadoras teria que estabelecer um plano de contingência que considerasse a continuidade da actividade das empresas até a sua substituição por meio de concurso público, como mandam as regras contidas na Lei de Contratação Pública”.

Ao não proceder assim, ainda segundo o líder parlamentar da UNITA, Joana Lina “incorreu num clamoroso erro de gestão que teve graves consequências para a saúde pública, sob o olhar silencioso e cúmplice do Presidente da República”.

Para piorar, Chiyaka afirmou que a governadora “acabou promovendo um concurso público viciado que seleccionou empresas sem capacidade técnica para a empreitada e que, ainda por cima, exigem um down payment (pagamento adiantado) para a aquisição de meios para cumprir o que o contrato estabelece”.

“Pelos erros sucessivos cometidos, a senhora governadora já não tem moral para continuar a dirigir os esforços no sentido da inversão da crise e deve assumir a responsabilidade política e administrativa pela crise do lixo em Luanda”, afirmou o líder parlamentar da UNITA, que quer ouvir várias entidades no Parlamento.

A governadora ainda não reagiu, nem a Presidência da República.

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