A UNITA pretende encontrar nas Nações Unidas a solução para a intolerância política em Angola, após a violência registada em várias províncias na sequência das eleições gerais, com agressões, ameaças de morte e vandalização de bens dos seus militantes.
O deputado Adalberto da Costa Júnior, que esteve no último final de semana em Benguela a visitar os 14 feridos do Monte Belo, onde os prejuízos são estimados em 35 milhões de kwanzas, refere que o país não pode estar na ONU com a matriz de violência.
Antes de ter visitado os feridos e os cerca de 30 imóveis vandalizados, entre casas e lojas, costa Júnior ouviu o secretário no município do Bocoio, José Tchilumbo, criticar a postura do governador da província, Rui Falcão.
"O senhor governador provincial esteve cá mas nem fez referência a isso, limitou-se a vangloriar a vitória. Ele quis desconhecer o que se viveu naquela área’’, aponta o secretário.
Da agressão do secretário na província da Lunda Sul, atingido pela carga policial, ao assassinato do filho do deputado Joaquim Nafoia, passando pelo Bocoio, Adalberto da Costa Júnior criticou o silêncio dos dirigentes do MPLA e de líderes religiosos.
Perante este cenário, refere, é preciso apresentar factos em organizações internacionais dos direitos humanos.
"É um facto que está a expor o nome de Angola lá fora. Nós tivemos eleições e… eu faço aqui uma pergunta: qual foi a voz de um alto dirigente do MPLA a lamentar os incidentes daqui do Bocoio? Eu começaria pelo governador, mas também lamento o silêncio das igrejas, isto é cobardia generalizada. É crime, agressão às populações, está dentro das disposições da ONU, onde Angola fica sentada à procura de visibilidade, quando na prática viola todas as obrigações. A nossa luta, agora, será também nas instituições internacionais dos direitos humanos’’, acusa Adalberto da Costa Júnior.
Contactado várias vezes pela VOA, o partido no poder continua em silêncio.
A Polícia Nacional, também visada nas críticas, diz que o inquérito em curso vai permitir responsabilizar os culpados.
No Bocoio, a 110 quilómetros da cidade de Benguela, estão cinco detidos, apontados como envolvidos em actos de agressões e destruição de casas e estabelecimentos comerciais.