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UNITA precisa de candidatos diferentes de Samakuva, dizem analistas


Nova candidatura de Samakuva poderá levantar questões étnicas e dúvidas quanto á democracia interna
Nova candidatura de Samakuva poderá levantar questões étnicas e dúvidas quanto á democracia interna

Analistas em Luanda admitem que uma eventual candidatura de Isaías Samakuva, à sua própria sucessão na liderança da UNITA vai deixar os demais candidatos sem quaisquer chances de ganhar as eleições internas que terão lugar durante o XIII congresso ordinário do partido que se realiza de 13 a 15 de Novembro próximo.

Ao mesmo tempo esses analistas avisam que uma nova candidatura de Samakuva irá afectar a imagem de um partido com democracia interna e mesmo trazer ao de cima questões étnicas.

Isaías Samakuva que nas últimas eleições derrotou sucessivamente os candidatos Abel Chivukuvuku, Camalata Numa, Paulo Lukamba e Pedro Catchiungo admitiu, em Julho último que poderá recandidatar-se para mais um mandato se os estatutos do partido vierem a ser alterados durante o congresso.

Esta Segunda-feira, a UNITA anunciou que os deputados Adalberto das Costa Júnior e Pedro Catchiungo eram os primeiros pré-candidatos ao cadeirão máximo do partido.

Para o académico João Lukombo Nzatuzola, Samakuva está numa posição privilegiada para vencer os seus oponentes mas defende que ele devia abster-se de concorrer pela quinta vez consecutiva.

Nzatuzola defende também que outros grupos étnicos, que não apenas os ovimbundos, deviam concorrer para a liderança da UNITA.

“Se o Raúl Danda não se candidatar - e ele é vice presidente, é presidenciável e é de Cabinda – isso vai ser mais um motivo para aqueles que observam a realidade interna da UNITA (verem o partido) como um clube dos ovimbundos”, disse.

O analista Nelson Domingos também defende que Samakuva devia deixar que outros dirigentes do partido tenham a oportunidade de concorrer considerando que a sua presença no boletim de voto tem uma grande influência no seio dos militantes pelo que não votariam numa outra figura.

Domingos disse que se Samakuva voltar a candidatar-se terá a seu favor “toda a máquina do partido”.

“Seria muito sábio se a UNITA escolhesse um candidato como Adalberto da Costa Júnior, alguém com bastante experiência no parlamento e tem muita aceitação pela sociedade civil”, acrescentou.

O deputado Rúben Sicato, que integra a comissão eleitoral disse, entretanto, que essas pré-candidaturas serão depois submetidas ao crivo da comissão eleitoral, entre 16 e 30 de Setembro, e que os candidatos terão de reunir 1.000 assinaturas de militantes das 18 províncias angolanas.

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