A UNITA, principal partido da oposição em Angola, pediu à Assembleia Nacional um inquérito parlamentar para apurar as circunstâncias em que o Governo provincial de Luanda mandou destruir centenas de casas construídas nas proximidades de centralidade do Sequele, deixando famílias inteiras desprotegidas.
Em conferência de imprensa realizada na terça-feira, 8, o "primeiro-ministro sombra” do Governo daquele partido, Raúl Danda, exigiu ainda do Presidente da República, João Lourenço, o realojamento “urgente” das famílias em causa, maioritariamente pobres e sem meios de subsistência.
Afirmando-se defensora dos pobres, a UNITA acusa o Governo de, alegadamente, ter agido em nome dos interesses de um grupo que, segundo Danda,“insiste em manter-se no poder”.
A UNITA entende que “a forma como elas foram expulsas dos seus casebres constitui uma ofensa clamorosa à Constituição de Angola e à lei”.
A Administração Municipal do Cacuaco alegou, entretanto, que aquelas famílias foram expulsas por ocupação ilegal dos terrenos afectos à reserva fundiária do Estado.
Entretanto, Fernando Pinto, que lidera a organização “Anjupana” de apoio à criança pobre, no Bairro do Zango, na vila de Viana, duvida que a pretensão da UNITA venha a ser atendida pelo Governo.
Pinto diz que há 11 anos espera pela casa que o Governo provincial de Luanda prometeu aquando da evacuação dos moradores de uma das zonas de risco, na capital do país.