Em Angola continua o debate sobre a liberdade de imprensa no país.
Os jornalistas dizem que o poder instituído tem colocado barreiras para que a liberdade de imprensa flua, enquanto os políticos, da oposição, acreditam em dias melhores no futuro
Durante um debate organizado pelo grupo parlamentar da Unita nesta terça-feira, e ao qual não comparecerem nem o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (STJ) nem deputados do MPLA, apesar de terem sido convidados, o jornalista Reginaldo Silva diz que a concentração de vários títulos num só grupo favorece o monopólio que é contrario a lei.
“Muitos órgãos estão nas mãos dos mesmos senhores, isto cria monopólio que não ajuda a liberdade de imprensa'', justificou Silva, enquanto a deputada da Unita Albertina Navemba Ngolo considerou “o medo dos jornalistas como o principal obstáculo à liberdade de imprensa, para além das barreiras impostas pelo poder instituído''.
Por sua vez, a parlamentar Miraldina Jamba, do mesmo partido, prometeu tudo fazer na Assembleia Nacional para pressionar o Executivo na elaboração de leis que favoreçam a liberdade dos profissionais.
O líder do grupo parlamentar da Unita Adalberto da Costa Júnior apresentou o que considerou ser um exemplo em como o Governo não está dedicado a melhorar o sector da comunicação social no país.
''O ministro da Comunicação Social prometeu aos deputados em 2014 que o pacote legislativo da comunicação social daria entrada na Assembleia Nacional três semanas depois, passaram-se dois anos e nada de pacote legislativo'', lembrou Costa Júnior, enquanto Raúl Danda, vice-presidente da Unita, que também foi jornalista, disse ser “desonesto os deputados discutirem assuntos de interesse do povo e este povo que os elegeu não ter acesso a estes debates”.