O decréscimo no poder de compra da elite do regime em Luanda pode desencadear perturbações sociais e políticas, como aconteceu noutros países durante a Primavera Árabe.
A afirmação é da investigadora Rebeca Engebretsen, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e está inserida numa análise publicada na revista AllAfrica Global Media.
Os partidos UNITA e MPLA reagem de forma diferente à leitura daquela especialista.
O porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, diz que o governo angolano deve fazer tudo para evitar convulsões sociais violentas, a começar pela boa gestão do actual clima de incertezas quanto ao futuro do país.
Do lado do partido no poder, MPLA, o deputado João Pinto descarta qualquer situação de tensão política resultante da actual crise.
O também académico questiona a análise feita pela investigadora da Universidade de Oxford.
Engebretsen lembra que, entre 2002 e 2014, Angola recebeu 468 mil milhões de dólares em receitas de petróleo, que representavam 95 por cento das exportações e mais de 75 por cento das receitas fiscais.
A queda do preço do petróleo fez descer as receitas fiscais em mais de 50 por cento face ao ano anterior e cortou todas as previsões de crescimento da economia para 2016, que não deve passar dos quatro por cento.