O presidente da UNITA disse hoje que a crise severa que Angola atravessa não é resultado da falta de meios para desenvolver o país, nem de quadros capazes para essa tarefa, é, sim, uma consequência das "más opções políticas" do Governo do MPLA.
Na conferência sobre desafios económicos e o Orçamento Geral do Estado para 2024, organizada pela Frente Patriótica Unida, Adalberto Costa Júnior, acrescentou que grande parte da população vive na pobreza e na pobreza extrema, sem que se veja capacidade no Governo para encontrar soluções.
"A diversificação da economia é uma miragem, porque o petróleo continua dominante apesar da engenharia estatística do Governo", continuou o líder da oposição , sublinhando que Angola tem tudo para sair da crise, para inverter a pobreza e a pobreza extrema em que vive a sua população e fazer o sorriso regressar ao rosto dos angolanos".
Costa Júnior lamentou que "não há ninguém para apontar o caminho, falta liderança", no momento em que o Orçamento geral do Estado para 2024 está a ser discutido, do qual 60% estão dedicados ao pagamento da dívida.
“Isto pode conduzir o país para o desastre", reforçou o presidente da UNITA, lembrando que o assalto às contas públicas provocou o desemprego dos jovens e não se vislumbram melhorias.
"É necessário uma pílula para abrir as portas do nosso Kremlin à democracia, há que afastar os ortodoxos, arrogantes, que têm conduzido o País à desgraça", concluiu Adalberto Csota Júnior.
Economistas ecoam ACJ
Analistas contactados pela VOA concordaram em grande parte com a análise do president da UNITA.
Heitor Carvalho é economista e coordenador do Centro de investigação económica da Universidade Lusíada de Angola, aponta a fraca aposta no homem como principal factor da crise.
"O factor mais importante é o conhecimento, a nossa educação é bastante fraca, não é muito exigente, não prepara as pessoas para as profissões e tudo fica condicionado a este factor”, disse acrescentando que “um segundo aspecto que emperra a economia é o domínio do petróleo sobre tudo, incluindo o próprio governo e um terceiro factor é o excessivo domínio do executivo sobre tudo”.
“Nada é feito sem a bênção do governo, isto destrói a possibilidade de evoluir.", acrescentou
Outro especialista em economia é o professor Nataniel Fernandes que entende ser a gestão danosa a principal causa da economia não evoluir.
"O principal factor para mim é mesmo a má governação, e se fosse para eleger uma segunda razão seria a fraca aposta nos recursos humanos”, disse.
“Nós em Angola temos tudo: Recursos disponíveis, população jovem mas não conseguimos dar o passo seguinte, para o desenvolvimento porque a governação não corresponde,” acrescentou.
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