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UNITA e CASA-CE denunciam carência alimentar e intolerância política no interior de Benguela


Deolinda Valiangula, vice-governadora para a área política e social, visita carenciados
Deolinda Valiangula, vice-governadora para a área política e social, visita carenciados

Carência alimentar, com culpas atribuídas às autoridades, e intolerância política são dois fenómenos anotados pela UNITA e CASA-CE no término de visitas ao interior da província angolana de Benguela, numa altura em que o Governo distribui ajudas nos municípios do litoral.

A coligação eleitoral diz que ameaças de violência, transmitidas por um soba, limitaram o contacto com a população, no município do Bocoio, mas não impediram apontamentos relativos à penúria alimentar que afecta milhares de famílias.

O secretário provincial da CASA-CE, Zeferino Kuvíngua, lamenta a postura da Polícia perante um cenário que visou intimidar a sua delegação.

‘’O soba disse que um grupo atacaria a nossa delegação. Só confirmou o que nos tinha sido dito pelo comandante da Polícia, que não colocou agentes connosco’’, refere o político.

Mesmo assim, acrescenta Kuvíngua, que também se deslocou ao vizinho Balombo, foi possível captar a fotografia de regiões onde a fome convive com um potencial à espera de políticas públicas.

‘’É uma situação caricata ver muita gente a sofrer por causa de fome, são municípios férteis e que ‘dormem’ ao lado de rios’’, sublinha Zeferino.

Em municípios como Cubal e Ganda, os maiores do interior, esteve o agrónomo Alberto Ngalanela, secretário provincial da Unita, que regressou a lamentar a falta de apoio ao sector familiar.

‘’O problema não é a falta de chuva ou seca, é a falta de política para a agricultura familiar. Não se produz nada, mas o crédito é dado a empresários que desviam o dinheiro da agricultura, comprando carros de luxo e outras coisas’’, critica o deputado.

A fome aperta em comunas, aldeias e povoações, pelo que a estratégia do Governo, transmitida por Deolinda Valiangula, vice-governadora para a área política e social, passa pela criação de zonas habitacionais para a transferência das famílias que clamam por assistência humanitária.

‘’Temos um programa de desenvolvimento local que prevê a aglomeração de várias aldeias. Quando as aldeias estão muito dispersas, ainda que pequenas, também se dispersam muitos recursos, materiais e humanos’’, anuncia a governante.

Ainda hoje, 24, o governador provincial, Rui Falcão, levou bens alimentares à Talamajamba, município de Benguela.

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