Uma manifestação contra a actual direção da UNITA está convocada para o dia 31 deste mês para exigir a destituição do seu presidente, Adalberto Costa Júnior.
O principal partido da oposição diz desconhecer quem são as pessoas que convocaram a manifestação e que se afirmam ser militantes do partido, e acusa a Casa de Segurança da Presidência da República de ser responsável pela acção numa tentativa de desacreditar a liderança do "Galo Negro".
O analista político Rui Kandove afirma, no entanto, que na verdade tem havido um aumento das críticas dentro da UNITA ao modo de actuar de Adalberto Costa Júnior.
A alegada falta de espaço para críticas dentro da UNITA é a razão que leva um grupo de cinco indivíduos, supostamente militantes daquele partido, a exigirem a destituição de Adalberto Costa Junior, tal como disse em entrevista ao jornal O País, Joaquim Andrade, um dos assinantes da carta que convoca o protesto para o próximo dia 31.
Em resposta ao grupo, o conhecido dirigente da UNITA Abílio Kamalata Numa diz desconhecer os subscritores da carta a quem acusa de estar ao serviço do Gabinete de Acção Psicológica e Informação da Casa de Segurança do Presidente da República.
“Eu vi a assinatura, não conheço nenhum deles e não sei a que comité (da UNITA) pertencem”, afirma Numa, acrescentando que “aquela instituição, do general Tavares, de acção psicológica está orientada a fazer isso”.
Kamalata Numa recorda que no passado a UNITA teve provas concretas de uma campanha semelhante na qual fundos foram distribuídos a indivíduos para levarem a cabo esse tipo de iniciativa.
“Pergunta a eles, em que comité militam e quem lhes negou este debate”, conclui Numa.
A Voz da América tentou o contatar Norberto Garcia, actual diretor do Gabinete de Acção Psicológica e Informação da Casa de Segurança do Presidente da República, mas não obtivemos qualquer resposta.
Também tentamos contactar os alegados promotores da manifestação, mas sem sucesso.
O analista político Rui Kandove diz, no entanto, que as críticas de militantes contra a direção da UNITA têm aumentado e é de opinião que o partido deve fazer um esclarecimento público sobre o assunto.
“Ao longo dos últimos 20 anos, o que se dizia é que o MPLA era um partido intolerante, anti-democrático e que convivia muito mal com as criticas, (mas) a verdade é que no tempo em que Adalberto Costa Junior assume a liderança da UNITA - um homem cuja a narrativa está sempre alojada na democracia na abertura - é exactamente neste tempo que existem mais reclamações em relação a práticas anti democráticas a nível da UNITA”, diz Kandove, para quem "é um paradoxo, por isso é mais do que importante que a direcção da UNITA e o próprio Adalberto Costa Junior venham explicar o que se passa”.
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