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UNITA diz desconhecer “militantes” que convocaram protesto contra Adalberto Costa Júnior


Apoiantes da UNITA presentes no último comício do partido no Cazenga, Luanda.
Apoiantes da UNITA presentes no último comício do partido no Cazenga, Luanda.

Analista diz que contudo o partido tem que explicar porque aumentam as críticas à actuação do seu líder

Uma manifestação contra a actual direção da UNITA está convocada para o dia 31 deste mês para exigir a destituição do seu presidente, Adalberto Costa Júnior.

Convocada manifestação contra Adalberto Costa Júnior – 2:41
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O principal partido da oposição diz desconhecer quem são as pessoas que convocaram a manifestação e que se afirmam ser militantes do partido, e acusa a Casa de Segurança da Presidência da República de ser responsável pela acção numa tentativa de desacreditar a liderança do "Galo Negro".

O analista político Rui Kandove afirma, no entanto, que na verdade tem havido um aumento das críticas dentro da UNITA ao modo de actuar de Adalberto Costa Júnior.

A alegada falta de espaço para críticas dentro da UNITA é a razão que leva um grupo de cinco indivíduos, supostamente militantes daquele partido, a exigirem a destituição de Adalberto Costa Junior, tal como disse em entrevista ao jornal O País, Joaquim Andrade, um dos assinantes da carta que convoca o protesto para o próximo dia 31.

Em resposta ao grupo, o conhecido dirigente da UNITA Abílio Kamalata Numa diz desconhecer os subscritores da carta a quem acusa de estar ao serviço do Gabinete de Acção Psicológica e Informação da Casa de Segurança do Presidente da República.

“Eu vi a assinatura, não conheço nenhum deles e não sei a que comité (da UNITA) pertencem”, afirma Numa, acrescentando que “aquela instituição, do general Tavares, de acção psicológica está orientada a fazer isso”.

Kamalata Numa recorda que no passado a UNITA teve provas concretas de uma campanha semelhante na qual fundos foram distribuídos a indivíduos para levarem a cabo esse tipo de iniciativa.

“Pergunta a eles, em que comité militam e quem lhes negou este debate”, conclui Numa.

A Voz da América tentou o contatar Norberto Garcia, actual diretor do Gabinete de Acção Psicológica e Informação da Casa de Segurança do Presidente da República, mas não obtivemos qualquer resposta.

Também tentamos contactar os alegados promotores da manifestação, mas sem sucesso.

O analista político Rui Kandove diz, no entanto, que as críticas de militantes contra a direção da UNITA têm aumentado e é de opinião que o partido deve fazer um esclarecimento público sobre o assunto.

“Ao longo dos últimos 20 anos, o que se dizia é que o MPLA era um partido intolerante, anti-democrático e que convivia muito mal com as criticas, (mas) a verdade é que no tempo em que Adalberto Costa Junior assume a liderança da UNITA - um homem cuja a narrativa está sempre alojada na democracia na abertura - é exactamente neste tempo que existem mais reclamações em relação a práticas anti democráticas a nível da UNITA”, diz Kandove, para quem "é um paradoxo, por isso é mais do que importante que a direcção da UNITA e o próprio Adalberto Costa Junior venham explicar o que se passa”.

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