“A população angolana no interior da província do Namibe despertou-se e quer ouvir o outro lado da mensagem partidária”, disse o dirigente da Unita, Ricardo Ekupa de Noé “Tuyula”, depois de uma visita aos municípios nortenhos da Bibala e do Camucuio.
“Em algumas áreas de maior concentração populacional a olho nu notamos a ausência das formações políticas, notamos um certo vazio da representação política dos partidos com assento no parlamento, obviamente fomos chamados a justificar onde andam estas formações políticas, portanto, os partidos políticos devem fazer esforço para que façam cobertura nacional, estando mais próximo do cidadão”, disse o político da Unita.
O dirigente do partido do Galo Negro na província do Namibe diz ter constatado crise alimentar no seio das comunidades rurais nas comunas nortenhas dos municípios da Bibala e do Camucuio, receando dias piores para os autóctones devido à escassez dee chuva que se faz sentir nas terras de “vakuetu veya”.
“Constatamos que a população atravessa uma certa crise alimentar que considero grave, também há falta de agua. Sabe-se que os rios são intermitentes, as chuvas vão pingando aqui e ali, portanto não há confiança em apostar na agricultura, em alguns vales de rios o lençol baixou grandemente e os pequenos agricultores deixaram de cultivar, fazendo uso o sistema de rega por via motobombas, portanto a situação dos angolanos no interior da província é grave”, denunciou Ricardo Ekupa de Noé “Tuyula”.
Segundo aquele responsável, há um valor destinado pelo Presidente da República para acudir as comunidades que enfrentam a seca e fome, “mas pelo que estamos a constatar no terreno não existe nada.
Enquanto isso, os trabalhados da Betacap, uma das concessionarias de transporte de passageiros na província do Namibe, que na fase eleitoral de 2007 e 2012 foi potenciada com autocarros novos contidos na campanha eleitoral do MPLA, fazendo parte desta empresa accionistas alguns deles deputados da bancada do MPLA e outros altos responsáveis do Governo da província do Namibe, solicitaram apoios aos partidos da oposição para a organização de uma manifestação a ter lugar nos próximos dias, no quadro da sua reivindicação salarial de 17 meses.
Os trabalhadores dizem ter recorrido ao Governo da província e as entidades que superintendem os conflitos laborais, mas o tráfico de influência dos seus accionistas parece falar mais alto. Por isso, prometem sair à rua para uma manifestação, que, a acontecer, poderá ser a primeira na gestão de Rui Falcão.