A União Africana (UA) apelou este sábado, 25, ao “fim imediato” dos combates que se intensificaram nas últimas semanas no leste da República Democrática do Congo, aproximando-se da grande cidade de Goma.
Os combates entre o exército congolês e o grupo armado anti-governamental M23, apoiado pelo Ruanda, decorrem atualmente a cerca de vinte quilómetros da capital regional do Kivu do Norte, que conta com um milhão de habitantes e pelo menos igual número de deslocados.
Num comunicado de imprensa, o Presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, “apela ao estrito cumprimento do cessar-fogo acordado entre as partes e à cessação imediata de todas as hostilidades, e ‘insta veementemente as partes a preservarem a vida dos civis’.
Meia dúzia de cessar-fogos e tréguas já foram declarados na região e depois quebrados. O último cessar-fogo foi assinado no final de julho.
No sábado, a ONG Human Rights Watch (HRW) manifestou a sua preocupação com os “riscos crescentes” para os civis à medida que o M23 avançava em direção a Goma, citando as “consequências catastróficas” dos combates para a situação humanitária.
No seu comunicado de imprensa, a UA lançou também um apelo “urgente” à comunidade internacional para que “mobilize todo o apoio possível para as populações afectadas pelos graves danos colaterais desta guerra em expansão”.
No sábado, a União Europeia instou o M23 a “travar o seu avanço” e a “retirar imediatamente”.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, disse na quinta-feira que estava “alarmado” com a nova violência, que poderia agravar “o risco de uma guerra regional”.
Está agendada para segunda-feira uma reunião de emergência do Conselho de Segurança sobre a RDC.
Muitos civis, muitos dos quais já tinham fugido várias vezes, voltaram a abandonar as suas casas. Segundo a ONU, 400.000 pessoas foram deslocadas pelos combates desde o início de janeiro.
O conflito entre o M23, apoiado por 3.000 a 4.000 soldados ruandeses, segundo a ONU, e o exército congolês dura há mais de três anos.
A RDC acusa o Ruanda de querer deitar as mãos às riquezas (minerais) do leste do Congo, uma acusação que Kigali contesta.
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