O Programa Alimentar Mundial (PAM) considera bastante grave a questão da desnutrição crónica em Moçambique e diz serem necessárias medidas urgentes para inverter a situação.
Segundo aquela agência das Nações Unidas, apenas uma em cada 10 crianças moçambicanas menores de dois anos de idade, tem acesso a alimentos suficientes para uma dieta alimentar saudável.
Este facto, acrescenta o PAM, leva ao aumento da desnutrição crónica, sobretudo nas zonas rurais, onde é igualmente fraca a disponibilidade de alimentos nutritivos.
A representante do PAM em Moçambique, Karin Manente, diz que 90 por cento dos alimentos consumidos pelos agregados familiares rurais, provêm da produção própria.
Manente realçou que "maior parte da agricultura em Moçambique é caracterizada como de subsistência e concentrada em alimentos mais básicos", acrescentando que "a diversificação da dieta é muito baixa e altamente dependente de alimentos básicos como cereais e turbérculos, que constituem quase 80 porcento da energia proveniente da alimentação".
Para o ministro moçambicano da Agricultura e Segurança Alimentar, Higino de Marrule, a questão da desnutrição tem muito a ver com hábitos alimentares das populações, "porque não é admissível que numa zona onde tenhamos hortícolas, tubérculos, cereais e fruta, a alimentação se cinja a três ou quatro tipos de alimentos".