Os democratas, na oposição, não receberam de bom grado a mensagem que o Presidente americano dirigiu à nação nesta sábado, 19, na qual Trump ofereceu a reinstalação de dois programas de protecção de imigrantes em troca de 5,7 mil milhões de dólares para a construção de um muro na fronteira com o México.
Antes do discurso de Trump, e frente a alguns detalhes divulgados pela imprensa, a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, afirmou que a “proposta é uma compilação de várias iniciativas anteriormente rejeitadas, cada uma das quais é inaceitável e, no total, não representa um esforço de boa-fé para restaurar a certeza na vida das pessoas”.
Para Pelosi, “é improvável que qualquer uma dessas disposições passe sozinha pela Câmara e, em conjunto, elas são inaceitáveis".
A líder democrata acrescentou que como início de conversa, "esta proposta não inclui a solução permanente para os destinatários dos dreamers (menores que chegaram aos Estados Unidos) e TPS (de países em crise) que o nosso país precisa e apoia".
Tanto Nancy Pelosi como o líder democrata no Senado, Chuck Schummer, e vários deputados e senadores democratas têm repetido que não pretendem financiar o muro e que novas negociações só terão lugar depois de o Presidente reabir o Governo parcialmente paralisado.
Eles acusam o Presidente de "manter os americanos reféns" ao dizer que só assina a lei do orçamento se obtiver 5,7 mil milhões de dólares para a construção do muro na fronteira com o México.
A proposta do Presidente
Na mensagem de hoje, Donald Trump, que classificou de crise de segurança e humanitária a situação na fronteira com o México, propôs 800 milhões de dólares para assistência humanitária, 805 milhões de dólares para a detecção de drogas, a contratação de 2.750 agentes de fronteira e 75 juízes de imigração, sem, no entanto, explicar de onde virá esse dinheiro.
Em troca, o Presidente espera que o Congresso aprove fundos para a construção do muro.
Trump anunciou que o líder republicano no Senado Mitch McConnel irá apresentar uma proposta para terminar a paralisação parcial do Governo, que já dura 29 dias e é a mais longa da história.