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Um ano depois do anúncio, “joint venture” entre TAAG e TACV não saiu do papel


Ulisses Correia e Silva (esq) e João Lourenço (dir), Luanda
Ulisses Correia e Silva (esq) e João Lourenço (dir), Luanda

Especialistas justificam atraso com os problemas que enfrentam as companhias de bandeira de Angola e de Cabo Verde

Um ano depois de o Presidente de Angola anunciar a criação de uma joint Venture entre a TAAG e a TACV, que permitiria os aviões da companhia angolana utilizar Cabo Verde para ligar outras cidades da África Ocidental, da Europa e dos Estados Unidos da América, nada saiu do papel.

Fernando Gil Évora antigo gestor dos transportes aéreos vê o atraso na operacionalidade da anunciada joint venture, devido ao processo de estruturação que a TAAG e os TACV estão a passar, mas acredita que o projecto tem condições para ser viável.

Em Março do ano passado, aquando da visita oficial que realizou ao arquipélago , João Lourenço disse que recomeço dos voos da TAAG estaria para breve, isso depois da afinação de alguns pormenores.

Na altura, depois do encontro com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, o chefe de Estado angolano acrescentou que o seu Governo queria aproveitar a passagem dos aviões da TAAG por Cabo Verde para, “a partir daqui operarmos para várias capitais da região Ocidental de África e também para os Estados Unidos da América”.

Um ano depois, o antigo gestor da TACV, Gil Évora, diz que o atraso está ligado ao processo de reestruturação por que passam as duas campainhas.

“A TAAG ainda não teria as aeronaves suficientes para incluir dentro desse projecto que foi anunciado pelo Chefe de Estado angolano e acredito que a TACV estava a atravessar momentos difíceis que não lhe permitia entrar de cabeça na referida operação”, avançou Évora, para quem o projecto tem tudo para dar certo tendo em conta a “capacidade em termos de aviões por parte de Angola e o network de Cabo Verde”.

Por outro lado, o comandante e antigo administrador operacional da TACV, Mário Socorro, que participou nas negociações em 2017 com homólogos da TAAG, afirma que ambas as compainhas precisam afinar os respectivos processos de reestruturação e organização funcional, mas considera que o projecto caso seja concretizado pode trazer benefícios para os dois lados .

“Se realmente avançar, será uma operação rentável para as duas transportadoras aéreas … importa neste momento ver se a TACV tem todas as certificações ETOP renovadas… mas não constituirá grande problema porque o pessoal tem formação e experiencia”, completa.

Enquanto isso, o presidente da Camara do Comércio de Sotavento, Marcos Rodrigues, diz a que suspensão dos voos de Angola praticamente deitou por terra qualquer iniciativa empresarial entre os dois países.

“Basta analisar que no passado quando a TAAG fazia a ligação Luanda/São Tomé/ Praia já se estava a verificar alguma dinâmica empresarial e também na circulação de mercadorias”, lembra Rodrigues.

A VOA tentou falar com o ministro cabo-verdiano dos Transportes, mas sem sucesso, enquanto a Presidente do Conselho de Administração da TACV, Sara Pires, numa curta mensagem de texto adiantou apenas que não há nenhuma novidade sobre a anunciada parceria.

Refira-se que a transportadora aérea cabo-verdiana retomou as operações para Lisboa, utilizando um aparelho da companhia angolana, no regime de wet leasing.

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