Os moçambicanos tiveram ao longo de 2018 mais uma prova de resiliência. A vida foi cara para a maioria dos 29 milhões de habitantes, resultado, em grande parte, do impacto do bloqueio financeiro internacional provocado pela descoberta de dívidas ocultas.
Ao longo do ano, distritos de Cabo Delgado, província rica em gás natural, foram sistematicamente alvo de ataques de grupos armados. Dezenas de pessoas pobres foram mortas e centenas de casas destruídas. Apesar de várias promessas da liderança do país, o grupo não foi eliminado. A identidade e motivação do grupo ainda não são claros.
No plano político, o país perdeu, a 3 de Maio, Afonso Dhlakama, líder da Renamo, substituído interinamente por Ossufo Momade, que deu continuidade ao diálogo politico com o presidente Filipe Nyusi para a paz definitiva e desmilitarização daquela força politica.
As eleições autárquicas de Outubro foram manchadas por várias irregularidades, porém validadas pelas autoridades competentes e comunidade internacional. A oposição, em particular a Renamo, contestou e foi, pela crítica, considerada “vencedora qualitativa”.
O rapto e agressão do jornalista Ericino de Salema, em Março, foi o primeiro sinal de um mau ano para a liberdade de imprensa e continua impunidade dos que atacam jornalistas.
Instável noutras áreas, Moçambique celebrou, entre outros, a inauguração da maior ponte suspensa de África, Maputo-Katembe; revogação de um despacho ministerial que forçava raparigas grávidas a estudarem a noite; e a equipa feminina de basquetebol do Ferroviário de Maputo tornou-se campeão de África.