Dezenas de professores no Uíge estão sem salários há vários meses por terem sido considerados “fantasmas”.
Tudo começou em Maio do ano passado quando uma equipa do Gabinete Nacional de Inspecção da Função Pública esteve na província do Uíge para constatar as dificuldades por que passam os funcionários públicos.
Muitos não compareceram à reunião e 85 deles foram excluídos da folha de salário, por terem sido considerados de “fantasmas”, ou seja inexistentes.
Desde Janeiro os professores têm estado a lutar para serem reinseridos "no mundo dos vivos" mas sem sucesso.
Um dos professores que pediu o anonimato disse que muitos deles enfrentam grandes dificuldades no dia-a-dia e para fazer face aos credores que tentaram já em alguns casos confiscarem os seus bens.
“Um dos nossos colegas do município do Songo já morreu por falta de dinheiro para o tratamento”, denunciou o docente.
A mesma fonte adiantou que já se reuniram por varias vezes com o Governo da província, mas que tudo termina rm promessas que nunca foram cumpridas.
O caso também já se encontra sob tutela do ministro da Educação, Ciências e Tecnologias, mas nada tem sido feito.
Numa conversa não gravada com o director provincial da educação no mês passado, ele garantiu à VOA que “o problema estava solucionado”, mas até agora os professores continuam a clamar para serem retirados do mundo dos fantasmas sem sucesso.