Vários projetos de construção de infraestruturas sociais no município de Quimbele, na província angolana do Uíge, que dista a mais de 200 quilómetros da capital, encontram-se estagnados por motivos desconhecidos, segundo residentes.
Em declarações à VOA, Fernando de Gémeo, membro de uma organização da sociedade civil, disse que os empreiteiros abandonaram as obras há mais de um ano, sem qualquer esclarecimento, e que a administração municipal até agora não se pronunciou sobre o assunto.
“Os projetos são vários, como o das obras da ponte sob o rio Wamba”,dssie Gémeo, para quem “os empreiteiros fugiram, e nós não sabemos se o problema está na administração ou nos empreiteiros” .
Fernando de Gémeo acrescentou que é preciso convocar os empreiteiros para se saber “onde está o problema”.
Quanto às vias de comunicação rodoviária no interior do município, outro residente, Salvador dos Santos Vovito, afirmou que os residentes nas comunas de Icoca, Kuango e Alto Zaza enfretam enormes dificuldades na circulação de pessoas e bens.
“Há transporte de mercadorias através de tratores agrícolas, camiões e moto táxi a preços exorbitantes, devido ao mau estado das vias", denunciou.
Vovito acrescentou ainda que na maioria dos bairros e regedorias não há escolas e as crianças estudam debaixo das árvores e em salas improvisadas de pau-a-pique.
Um empreitero recusou-se a entregar as chaves de uma escola “por fala de cumprimento de clasulas contractuais”, denunciou.
O também morador Fernando Maiala disse haver secretismo e nepotismo na concessão e execução de projectos do PIIM entre a administração e os empreiteiros.
“As obras entregam-se a primos ou sobrinhos e são incompetentes, não conseguem terminar as obras e fogem”, revelou Maiala, que lamentou não haver qualquer participação da comunidade na elaboração e concessão de projectos sociais.
A VOA contatou por via telefónica a administração municipal do Quimbele, responsável pelos projectos, que mostrou-se indisponível para falar.