As autoridades policiais na província moçambicana de Manica detiveram 12 cidadãos ugandeses por suspeita de envolvimento em ataques de insurgentes que criam instabilidade em Cabo Delegado, norte do país.
Mateus Mindu, porta-voz da Polícia em Manica, disse à VOA que o grupo foi detido no domingo, 10, em Chimoio, num autocarro com destino a Maputo, no sentido oposto ao seu destino declarado, que era Harare, a capital do Zimbabwe.
Com eles, a Polícia apreendeu dinheiro em várias moedas, no total de cerca de 1.800 dólares, além de 16 telemóveis, quatro lanternas e um computador portátil.
"Eles afirmaram que tinham como destino o Zimbabwe, e o que levantou dúvidas foram as somas monetárias, os telemóveis e o computador, admitindo a situação (de ataques de insurgentes) que afecta a província de Cabo Delegado", disse Mateus Mindu.
O porta-voz acrescentou que a Polícia tem observado com estranheza a presença de ugandeses nos últimos meses em Moçambique.
"Há dias foram detidos cidadãos ugandeses em Cabo Delegado, indiciados de estarem envolvidos nos ataques naquela província", lembrou, Mateus Mindu, adiantando que um trabalho de investigação está em curso, para apurar a ligação entre os dois grupos.
O grupo de cidadãos ugandeses deixou a capital de Uganda, Kampala, a 29 de Janeiro, e viajou por terra, atravessando a Tanzânia, Malawi até chegar a Moçambique.
Um dos membros do grupo, Samuel Mukasa, disse que eles seguiam para Harare com promessa de emprego em campos agrícolas, apesar de "conhecer a recessão económica do Zimbabwe" que "é melhor que a nossa".
Ele, contudo, negou qualquer ligação com os ataques de insurgentes no norte de Moçambique.
O Tribunal de Cabo Delegado tem em mãos cinco processos sobre os ataques de insurgentes no centro e norte daquela província, mas apenas um, com cerca de 200 réus, incluindo estrangeiros, encontra-se em julgamento.
