A embaixadora da União Europeia em Luanda defendeu a realização de um inquérito aos confrontos mortais de 30 de Janeiro em Cafunfo e revelou que o bloco está preocupado com o respeito pelos direitos humanos
“Ficamos com preocupações muito sérias”, revelou Jeannette Seppen aos jornalistas nesta quinta-feira, 18, no final de um encontro com o ministro da Justiça e Direitos Humanos.
“E é por esta razão que pedimos este diálogo com o ministro da Justiça e Direitos Humanos hoje e vamos continuar a seguir a situação, ver como se faz o seguimento e vamos continuar a falar com todos”, acrescentou Seppen, quem reiterou que “com certeza a União Europeia pede que seja feito um inquérito sobre o que aconteceu no dia 30 de Janeiro na toda a complexidade e em diálogo com todos que têm um papel e intervenientes no processo”.
A diplomata europeia que se referiu a “uma conversa muito aberta onde falamos das diferentes perspectivas sobre o que aconteceu”, destacou quea parceria entre Bruxelas e Luanda abarca “todos os assuntos, inclusive os direitos humanos”, mas escusou-se a dizer se houve violações dos direitos humanos”, sem que haja um inquérito.
O ministro Francisco Queiroz não fez comentários à imprensa.
Os confrontos de Cafunfo, entre forças de segurança e manifestantes convocados pelo Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe que pretendiam pedir diálogo com o Governo sobre a situação de miséria na vila, terminaram em mortes, com o Governo a falar sem seis vítimas, a Amnistia Internacional a revelar ter provas de 10 mortes e a UNITA, CASA-CV e PRS a garantir a existência de 23 mortes e 10 feridos.