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Ucrânia diz que a Rússia perdeu 409.820 soldados


Túmulos de militares do grupo mercenário russo Wagner num cemitério perto da vila de Bakinskaya, na região de Krasnodar, Rússia, 22 de janeiro de 2023
Túmulos de militares do grupo mercenário russo Wagner num cemitério perto da vila de Bakinskaya, na região de Krasnodar, Rússia, 22 de janeiro de 2023

Os militares ucranianos disseram, no domingo (25), que a Rússia perdeu 409.820 soldados na Ucrânia na sua guerra de invasão de dois anos

O Estado-Maior General das Forças Armadas da Ucrânia publicou a perda da Rússia no Facebook.

Além disso, o relatório também afirma que a Rússia perdeu 819 soldados no dia anterior.

A Rússia não comentou.

A Força Aérea da Ucrânia disse no domingo que suas forças abateram 16 dos 18 drones russos direcionados a vários oblasts ucranianos.

No sábado, segundo aniversário da invasão da Rússia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, agradeceu àqueles que apoiaram a Ucrânia. Graças à vossa cooperação, disse ele, “milhões de pessoas na Ucrânia e em países vizinhos em torno da Rússia podem sentir que a sua terra natal não se tornará o quintal de Putin”.

Zelenskyy usou o seu discurso noturno em vídeo para citar as “ambições imperiais e o revanchismo” russos e emitiu uma nota optimista de que a Rússia será derrotada, porque “quando as principais democracias do mundo estão verdadeiramente determinadas, esta determinação supera todos os desafios”.

“Devemos garantir” que a Rússia perca, disse ele, para que “toda a comunidade global de nações – e o direito internacional como tal – prevaleça”

O Instituto para o Estudo da Guerra disse na sua recente avaliação da campanha da Rússia na Ucrânia que Putin “esperava que os ucranianos acolhessem as suas forças ou fugissem”.

“Em vez disso”, dizia a avaliação, “os ucranianos lutaram pela sua liberdade”.

“A Ucrânia continua a defender-se contra a agressão russa e a tentativa do Kremlin de destruir o Estado e a identidade ucranianos”, segundo o relatório, “apesar das crescentes dificuldades dois anos após o início da invasão em grande escala da Rússia”.

Os ucranianos assinalaram, no sábado, o segundo ano depositando flores em homenagem aos seus mortos, chorando e esperando pela vitória, apesar do número crescente fatalidades na guerra e de uma ofensiva russa que não dá sinais de diminuir.

Os líderes do Grupo dos Sete principais países industrializados assinalaram o aniversário comprometendo-se a apoiar a Ucrânia durante o tempo que for necessário durante a guerra.

Apoio

Num comunicado, o G7 denunciou o apoio da China e do Irão à Rússia na guerra e apelou ao Irão para parar de ajudar os militares russos. Expressaram também preocupação com a transferência, por empresas chinesas, de componentes de armas e equipamento militar para Moscovo.

Anteriormente, líderes ocidentais como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo; e o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau visitaram Kiev para assinalar o aniversário numa demonstração de apoio.

Meloni e Trudeau assinaram um pacto de defesa de 10 anos com o presidente da Ucrânia e Meloni disse ao povo ucraniano que “não está sozinhos” na luta. Trudeau disse: “estaremos ao lado da Ucrânia, custe o que custar, pelo tempo que for necessário”.

Trudeau prometeu cerca de 2,25 mil milhões de dólares em apoio financeiro e militar à Ucrânia este ano.

Os acordos de segurança canadianos e italianos reflectem pactos semelhantes assinados recentemente com a Grã-Bretanha, França, Alemanha e Dinamarca.

No entanto, a ajuda de 61 mil milhões de dólares prometida pelo presidente dos EUA, Joe Biden, ainda está paralisada pela Câmara dos Representantes, prejudicando as esperanças de Kiev de fazer recuar os militares russos, em número maior e bem abastecidos.

O líder da maioria no Senado dos EUA, Chuck Schumer, visitou a Ucrânia na sexta-feira. Ele instou os membros da Câmara a "fazerem a coisa certa" e aprovarem o projeto de lei de ajuda militar à Ucrânia.

Na sexta-feira anterior, o governo dos EUA impôs mais de 500 novas sanções a entidades russas, na maior rodada de penalidades desde o início da guerra.

Desafios

O governo disse que as sanções marcam o segundo aniversário da invasão e são uma resposta à morte do líder da oposição russa Alexey Navalny numa prisão no Ártico.

Biden observou que as novas sanções terão como alvo indivíduos ligados à prisão de Navalny, bem como o setor financeiro da Rússia.

“Eles garantirão que Putin pague um preço ainda mais alto pela sua agressão no exterior e pela repressão interna”, disse Biden.

À medida que a guerra entra no seu terceiro ano, as forças russas detêm cerca de 18% do território da Ucrânia e novas ofensivas estão a surgir no leste, impulsionadas pela captura da cidade em ruínas de Avdiivka, na semana passada.

Exausto por dois anos de combates, o governo da Ucrânia enfrenta desafios, como renovar forças no campo de batalha sem prejudicar a sua frágil economia.

Enquanto Zelenskyy liderava os eventos comemorativos no sábado, alguns ucranianos expressaram temor de que a guerra durasse anos.

"Sou realista e entendo que muito provavelmente a guerra se arrastará pelos próximos três ou quatro anos. Espero que a sociedade se mobilize, espero que consigamos derrotar a Rússia de alguma forma", disse à Reuters, Denys Symonovskiy, residente em Kiev.

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