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Turquia: declaração da UE sobre crise com Holanda 'não tem valor'


Presidente Recep Tayyip Erdogan discursa num comício em Istambul, Março 12, 2017.
Presidente Recep Tayyip Erdogan discursa num comício em Istambul, Março 12, 2017.

A Turquia criticou nesta Terça-feira, 13, uma declaração da União Europeia (UE), que pediu ao país que "evite declarações excessivas" na sua crise diplomática com a Holanda, considerando que a mesma "não tem valor".

"A declaração irreflectida da UE não tem valor para o nosso país", afirma o ministério turco das Relações Exteriores em comunicado.

Ancara alega que mais do que tentar reduzir a tensão, a União Europeia dá "crédito à xenofobia e ao sentimento anti-turco" ao manter o seu apoio a países que transgridem os acordos diplomáticos e a legislação.

A UE pediu na Segunda-feira a Turquia para "evitar declarações excessivas e acções que corram o risco de agravar ainda mais a situação", depois que o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou a Holanda de agir como os nazis.

Na Segunda-feira, 13, Erdogan repetiu os comentários, insistindo que o que aconteceu na Europa, onde a Alemanha proibiu a organização de comícios a favor de um referendo na Turquia, o que foi repetido pela Holanda, que também proibiu a entrada no país de ministros turcos, era "nazismo, podemos chamar de neonazismo. Uma nova tendência de nazismo".

A 16 de Abril os eleitores turcos devem comparecer às urnas para um referendo sobre a reforma constitucional defendida pelo governo, que concede mais poderes ao Presidente. Erdogan deseja convencer a diáspora turca na Europa a votar a favor das mudanças.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, e o comissário europeu para a ampliação do bloco, Johannes Hahn, afirmaram que era competência de Berlim e Haia decidir se aceitam a entrada de políticos turcos para participar em comícios políticos sobre o referendo na Turquia.

O ministério turco das Relações Exteriores criticou a declaração da UE que "contém avaliações equivocadas e combina diferentes agendas para tentar distorcer as percepções".

"Nossos sócios aplicam valores democráticos, direitos fundamentais e liberdades de maneira selectiva", afirma a nota da chancelaria turca.

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