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Turma do Apito ou Brigadas de Vigilância Comunitária multiplicam-se por Luanda, apesar de críticas


Rua na Maianga, Luanda
Rua na Maianga, Luanda

Há quem classifique os grupos de milícias

No passado dia 12 de Março completou um ano da implementação da popularmente chamada “Turma do apito”, na actualidade Brigadas de Vigilância Comunitária (BVC), em vários bairros periféricos de Luanda.

No início era constituída por jovens, na maioria ex-delinquentes, mas na actualidade as BVC são integradas por professores, polícias e membros da comunidade.

“A brigada de vigilância leva a cabo um trabalho com a comunidade e a Polícia Nacional e também já temos ideia de espalhar para outras partes de Luanda, até porque há zonas que já aderiram e fazem parte da brigada de vigilância, polícias professores e cidadãos de vários estratos sociais”, diz o porta-voz da BVC no Sambizanga, Augusto Domingos Dala.

Mais conhecido por “Boy Boy”, o também logístico das BVC explica que graças ao antigo administrador do Cazenga, Tomás Bica, foi possível a constituição destas brigadas.

Entretanto, o morador do Cazenga, Joy dos Santos, que rejeita a institucionalização da brigada no município, classifica o grupo como uma verdadeira milícia.

“É uma verdadeira milícia até porque chega mesmo a fazer justiça por mãos próprias. Por exemplo, os bens das pessoas que roubam muitas vezes ficam com os jovens deste grupo de milícias e por conta disso a população do Cazenga rejeita esta milícia”, afirma Santos.

No Sambizanga, há denúncias de quatro mortes por espancamento.

“O meu irmão foi espancado até à morte e é o quarto caso aqui no Sambizanga” afirma um morador, enquanto uma senhora, que pediu o anonimato, conta que “eles invadiram a minha casa, era uma confusão”.

O porta-voz Augusto Domingos Dala nega a existência de mortes por culpa das BVC, mas admite que houve erros no início.

“Fala-se de quatro mortes porque no início as pessoas caíam em cima gritando gatuno, gatuno, mas desde que o administrador Tomás Bica meteu mão nisso tudo está mais organizado”, defende.

A VOA tentou contactar o Coordenador Geral das BVC, mas não tivemos qualquer resposta.

Sabe-se que o comandante municipal da Polícia Nacional, no Cazenga, superintendente Joaquim da Conceição “Kim Preto”, rejeitou igualmente a implementação da Turma do Apito no município do Cazenga pela forma como actua nas comunidades.

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