O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil começa a julgar nesta terça-feira, 4, uma das acções que pedem a cassação da candidatura de Dilma Roussef e Michel Temer, a Presidente e vice-presidente, em 2014.
O julgamento pode provocar um segundo afastamento do chefe do Poder Executivo em quase um ano.
A queda da candidatura Dilma/Temer já é admitida nos bastidores políticos em Brasília, onde já se articula nomes para a substituição do Presidente Michel Temer em eleição indirecta no Congresso Nacional.
Os ministros do TSE analisam a Acção de Investigação Judicial Eleitoral proposta em 2014 pelo PSDB, sob a alegação de que a candidatura vencedora naquela eleição teria cometido abuso do poder político e económico.
Os aliados de Temer acreditam que um pedido de vista no tribunal vai adiar o andamento do processo por tempo indeterminado.
Mesmo assim o começo do julgamento TSF preocupa o Governo no momento em que a avaliação negativa da gestão de Michel Temer é de 55 por cento, de acordo com pesquisa do Ibope.
Parlamentares da base governista defendem que o Presidente termine o seu mandato e acreditam que uma cassação da candidatura vai gerar instabilidade no país.
“Se isso acontecer não é uma coisa boa para o país. É claro que vai conturbar”, diz o deputado Federal Vanderlei Macris, do PSDB, partido que com correu contra Dilma e Temer, mas que apoia o actual Governo.
Já a oposição avalia que a tendência é de cassação do Presidente Michel Temer.
Entre os nomes citados para assumir o Governo Federal numa eventual eleição indirecta pelo Congresso Nacional estão so do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmen Lúcia, e agora crescem nos bastidores as apostas de que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, seria o mais cotado neste momento para o cargo.
O deputado Padre João, do PT, na oposição, diz que o temor é de que movimentos políticos possam tentar estender o mandato de um eventual Presidente da República não eleito pela população.
“Com a queda da chapa Dilma/Temer o presidente aqui da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, assumirá o país e convocará a eleição indirecta. Quem votará serão somente os deputados e senadores. Votarão também a parte da reforma política também não só de financiamento, mas a que prever a coincidência eleitoral em 2020. Então não terá eleição popular. Acredito que nesse golpe é de facto não ter eleições em 2018 e unificá-las em 2020”, ressalta João.
Em relação à antiga Presidente Dilma Rousseff, uma derrota no TSF significa que ela estará inelegível por oito anos, assim como Michel Temer.