O Presidente americano, Donald Trump, não certificou o acordo nuclear com o Irão e pediu ao Congresso que aprove leis que permitam sanções automáticas contra o país se não cumprir o acordo.
A “descertificação” não significa, no entanto, que os Estados Unidos estão fora do acordo ou que as sanções ao país, suspensas há dois anos, voltarão a ser impostas.
Num discurso na Casa Branca nesta sexta-feira, 13, Donald Trump disse que cabe ao Congresso decidir reintroduzir as sanções ou modificar a legislação que rege a participação dos Estados Unidos no acordo.
Os legisladores terão 60 dias para avaliar o assunto.
A decisão confirma previsões de analistas e da imprensa sobre a nova estratégia dos Estados Unidos em relação ao país, reforçadas por declarações do secretário de Estado, Rex Tillerson.
A lei obriga o Presidente a certificar ou não, no Congresso a cada 90 dias, que Teerão respeita o acordo e que este é do interesse dos Estados Unidos.
"Com base no historial de factos, estou anunciando que não podemos e não iremos fazer essa certificação", disse Trump.
O Presidente americano detalhou uma abordagem mais combativa em relação ao Irão e seus programas nuclear e de mísseis balísticos, além do apoio financeiro e militar a grupos extremistas no Médio Oriente.
"Quanto mais nós ignorarmos uma ameaça, mais perigosa ela é", afirmou Trump, lembrando queIrão violou regras "várias vezes" e "não está cumprindo o espírito" do pacto.
Trump também deu ao Departamento do Tesouro maior autoridade para impor sanções económicas contra pessoas e entidades ligadas às forças militares iranianas, a Guarda Revolucionária, em resposta ao que Washington chama de esforços para desestabilizar e enfraquecer seus adversários no Médio Oriente.
O acordo
O acordo nuclear com o Irão foi alcançado em Julho de 2015, após quase 20 meses de negociações, entre Teerão e os cinco membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas e Alemanha.
O chamado grupo aceitou encerrar as sanções ligadas ao programa nuclear iraniano, em troca de seu desmantelamento.
O pacto permite que o Irão prossiga no desenvolvimento de seu programa nuclear para fins comerciais, médicos e industriais, em linha com os padrões internacionais de não proliferação de armas atómicas.