O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um memorando que apela à limitação dos investimentos chineses em sectores estratégicos como a tecnologia e as infra-estruturas críticas, uma medida que Pequim classificou no sábado como “discriminatória”.
A medida, que inclui o alargamento do papel de um painel de avaliação do investimento estrangeiro, surge numa altura de crescentes tensões comerciais e de concorrência estratégica entre as duas maiores economias do mundo.
O objetivo é promover o investimento estrangeiro nos Estados Unidos, ao mesmo tempo que se protegem os interesses de segurança nacional dos EUA “particularmente das ameaças colocadas por adversários estrangeiros” como a China, afirmou a Casa Branca.
O memorando assinado na sexta-feira, 21, destaca a China por “explorar cada vez mais o capital dos Estados Unidos para desenvolver e modernizar os seus aparelhos militares, de informação e outros aparelhos de segurança”.
O porta-voz do Ministério do Comércio da China disse no sábado, 22, que “a abordagem dos EUA alarga indevidamente o conceito de segurança nacional e é discriminatória”.
Esta medida “afectará seriamente a confiança das empresas chinesas dispostas a investir nos Estados Unidos”, afirmou o porta-voz num comunicado.
“A China acompanhará de perto as acções dos Estados Unidos e tomará as medidas necessárias para salvaguardar os seus direitos e interesses legítimos”, acrescentou o porta-voz.
O memorando apelava a que se recorresse ao Comité de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS) para restringir os investimentos chineses em sectores-chave dos EUA, como a tecnologia, as infra-estruturas críticas, os cuidados de saúde e a energia.
O CFIUS é um painel que avalia as implicações para a segurança nacional dos investimentos estrangeiros nos Estados Unidos.
“O Presidente Trump está a cumprir a sua promessa de impedir que adversários estrangeiros tirem partido dos Estados Unidos”, afirmou a Casa Branca.
No início deste mês, Trump impôs direitos aduaneiros adicionais de 10% sobre todos os produtos importados da China, devido ao alegado papel do país no comércio mortal de fentanil.
Pequim tem-se insurgido contra esta acusação.
Mas, na quarta-feira, o presidente dos EUA sugeriu que um acordo comercial com a China era “possível”.
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