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Trump: “Eu disse à NATO, pagar contas ou a Rússia pode fazer o que quiser”


Donald Trump
Donald Trump

NOVA IORQUE (AP) – O principal candidato republicano, Donald Trump, disse no sábado (10) que, como presidente, alertou os aliados da NATO que “encorajaria” a Rússia “a fazer o que quiser” com países que são “delinquentes” à medida que ele aumentava os seus ataques à ajuda externa e às alianças internacionais de longa data.

Falando num comício em Conway, na Carolina do Sul, Trump contou uma história que já contou antes sobre um membro não identificado da NATO que o confrontou sobre a sua ameaça de não defender os membros que não cumprissem as metas de gastos de defesa da aliança transatlântica.

Mas desta vez, Trump foi mais longe, dizendo ter dito ao membro que iria, de facto, “encorajar” a Rússia a fazer o que desejasse nesse caso.

"'Você não pagou? Você é delinquente?'" Trump contou. "'Não, eu não protegeria. Na verdade, eu os encorajaria a fazer o que quiserem. Você tem que pagar. Você tem que pagar as suas contas.'"

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Os aliados da NATO concordaram, em 2014, após a Rússia ter anexado a Península da Crimeia da Ucrânia, em suspender os cortes nas despesas que tinham feito após a Guerra Fria e avançar no sentido de gastar dois por cento do seu PIB na defesa até 2024.

Segurança nacional

O porta-voz da Casa Branca, Andrew Bates, respondeu, dizendo que: "Encorajar invasões dos nossos aliados mais próximos por regimes assassinos é terrível e desequilibrado - e põe em perigo a segurança nacional americana, a estabilidade global e a nossa economia interna."

Os comentários de Trump ocorrem num momento em que a Ucrânia continua a combater a invasão da Rússia, e os republicanos no Congresso se tornam cada vez mais cépticos em fornecer ajuda financeira adicional ao país.

Ocorrem também no momento em que Trump e sua equipa estão cada vez mais confiantes de que ele garantirá a indicação, nas próximas semanas, após obter vitórias nas primeiras votações do calendário de nomeações republicanas de 2024.

No início do sábado, Trump apelou ao fim da ajuda externa “SEM “CONDIÇÕES ANEXAS”, argumentando que os EUA deveriam reduzir drasticamente a forma como dão dinheiro.

Numa mensagem, em letras maiúsculas, direcioanada ao Senado, Trump escreveu na sua rede social: "DESTE PONTO EM FRENTE (…) NENHUM DINHEIRO NA FORMA DE AJUDA ESTRANGEIRA DEVE SER DADO A QUALQUER PAÍS, A MENOS QUE SEJA FEITO COMO UM EMPRÉSTIMO, NÃO APENAS UMA DOAÇÃO".

Trump prosseguiu dizendo que o dinheiro poderia ser emprestado “EM TERMOS EXTRAORDINARIAMENTE BONS”, sem juros e sem data de reembolso. Mas ele disse que, "SE O PAÍS QUE ESTAMOS A AJUDAR SE VOLTAR CONTRA NÓS, OU FICAR RICO NALGUM MOMENTO NO FUTURO, O EMPRÉSTIMO SERÁ PAGO E O DINHEIRO DEVOLVIDO AOS ESTADOS UNIDOS."

Durante a sua campanha de 2016, Trump alarmou os aliados ocidentais ao alertar que os Estados Unidos, sob a sua liderança, poderiam abandonar os seus compromissos do tratado da NATO e só vir em defesa dos países que cumpram as diretrizes da aliança, comprometendo dois por cento do seu produto interno bruto para gastos militares.

Trump, como presidente, acabou por endossar a cláusula de defesa mútua do Artigo 5 da NATO, que afirma que um ataque armado contra um ou mais será considerado um ataque contra todos os membros. Mas muitas vezes descreveu os aliados da NATO como sanguessugas dos militares dos EUA e questionou abertamente o valor da aliança militar que definiu a política externa americana durante décadas.

Em 2022, a NATO informou que sete dos seus 31 países membros estavam a cumprir essa obrigação - contra três em 2014. A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 estimulou gastos militares adicionais por parte de alguns membros da NATO.

Trump tentou muitas vezes o crédito por esse aumento, e orgulhou-se novamente, no sábado, de que, como resultado das suas ameaças, "centenas de milhares de milhões de dólares entraram na NATO" - embora os países não paguem directamente à NATO.

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