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Trump enviou secretamente testes COVID a Putin, diz novo livro de Woodward


ARQUIVO - Bob Woodward, editor associado do The Washington Post, discursa no Newseum em Washington, a 13 de junho de 2012.
ARQUIVO - Bob Woodward, editor associado do The Washington Post, discursa no Newseum em Washington, a 13 de junho de 2012.

Biden chamou Putin “o epítome do mal” e Netanyahu de “mentiroso”, diz o livro

O ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou secretamente ‘kits’ de teste COVID a Vladimir Putin, apesar da escassez nos EUA durante a pandemia, e falou várias vezes com o líder russo depois de deixar o cargo, diz um novo livro explosivo de Bob Woodward.

A obra War (Guerra) também relata alguns dos erros reconhecidos do próprio Presidente Joe Biden e a sua luta para evitar a escalada do conflito no Médio Oriente, incluindo a exasperação com o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahuem meio aos esforços para conseguir que Israel e o Hamas cheguem a um cessar-fogo.

Donald Trump, antigo Presidente dos EUA e Vladimir Putin, Presidente da Rússia, 16 de julho de 2018.
Donald Trump, antigo Presidente dos EUA e Vladimir Putin, Presidente da Rússia, 16 de julho de 2018.

Em excertos publicados na terça-feira, 7, pelo The Washington Post, onde é editor associado, Woodward expõe pormenores e acções condenatórias de Trump, que, segundo o escritor, manteve uma relação pessoal com Putin, mesmo durante a sua campanha (de Trump) para outro mandato presidencial.

Com o coronavírus a devastar o mundo em 2020, Trump enviou um lote de kits de teste ao seu homólogo em Moscovo. Putin aceitou os fornecimentos, mas procurou evitar consequências políticas para Trump, pedindo-lhe que não revelasse o envio do equipamento médico, diz este livro.

De acordo com Woodward, Putin disse a Trump: “Não quero que digas a ninguém porque as pessoas vão ficar zangadas contigo, não comigo”.

Woodward também cita um assessor de Trump não identificado no livro que indicou que o republicano pode ter falado com Putin até sete vezes desde que deixou a Casa Branca em 2021.

O The Washington Post, citando Woodward, disse que, a certa altura, no início de 2024, Trump ordenou a um assessor que saísse do seu escritório na residência de Mar-a-Lago, na Flórida, para que pudesse manter uma chamada privada com Putin.

A publicação de War está prevista para 15 de outubro, apenas três semanas antes de uma eleição crítica nos EUA, em que Trump está numa corrida apertada contra a vice-presidente Kamala Harris, a candidata democrata.

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Embora Harris apareça no livro, ela é vista como coadjuvante de Biden “e dificilmente determina a política externa”, relatou o Post.

Kamala Harris, vice-presidente dos EUA e candidata democrata.
Kamala Harris, vice-presidente dos EUA e candidata democrata.

Woodward tem feito a crónica das presidências americanas durante 50 anos, e este é o seu quarto livro desde a vitória inesperada de Trump em 2016. Começou as suas reportagens presidenciais com Richard Nixon, que foi desfeito pelo escândalo Watergate dos anos 70, exposto por Woodward e pelo colega do Post Carl Bernstein.

Woodward concluiu que as interações de Trump, detalhadas no livro, com um Presidente autoritário em guerra com um aliado dos EUA, o tornam mais inapto para ser Presidente do que Nixon.

“Trump foi o presidente mais imprudente e impulsivo da história americana e está a demonstrar o mesmo carácter como candidato presidencial em 2024”, escreveu Woodward.

A campanha de Trump criticou o livro como “lixo” e “histórias inventadas”.

São “o trabalho de um homem verdadeiramente demente e perturbado que sofre de um caso debilitante de Síndrome de Perturbação de Trump”, disse o diretor de comunicação da campanha, Steven Cheung, à AFP.

De acordo com a CNN, que obteve uma cópia de pré-lançamento do livro, Woodward cita repetidamente Biden a largar bombas F enquanto discute os seus desafios pessoais e políticos.

Biden chamou Putin de “o epítome do mal”, criticou Netanyahu como um “mentiroso” e disse que “nunca deveria ter escolhido” Merrick Garland como procurador-geral dos EUA.

De acordo com o livro, durante uma chamada telefónica em abril, Biden ficou irritado com Netanyahu.

Benjamin Netanyahu
Benjamin Netanyahu

“Qual é a tua estratégia?” perguntou Biden ao líder israelita, de acordo com Woodward.

“Temos de entrar em Rafah”, disse Netanyahu, referindo-se a uma cidade no sul de Gaza.

“Bibi, tu não tens estratégia”, respondeu Biden.

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